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24 de março: 3º domingo da Quaresma
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“Se não vos converterdes, morrereis do mesmo modo!”
Nos anos A e B, os enfoques dos domingos da quaresma foram, respectivamente, a catequese batismal e o cristocentrismo. Neste ano C, a liturgia realça a graça. Lucas é o evangelista da graça, dos pobres e dos pecadores. Para receber a graça que nos renova devemos tomar consciência de nossa condição de pecadores e, ao mesmo, abrir o coração à misericórdia de Deus.
1ª leitura (Ex 3,1-8a.13-15): “Eu vi a aflição do meu povo”: 
Deus se revela a Moisés na sarça ardente. Deus está em fogo inacessível e, ao mesmo tempo, na vida cotidiana. Moisés será seu enviado para revelar a Israel sua libertação e ao Faraó a decisão de Deus em libertar seu povo oprimido. E o povo deverá aprender que a libertação social deverá ser acompanhada por um coração reto e fraterno, garantia indispensável da justiça. Aliás, a Campanha da Fraternidade nos faz perceber a profunda interação de fatores pessoais e sócio estruturais. Por isso é tão importante que o coração se volte a Deus. Só assim ele poderá ser sensível em nível mais profundo ao apelo dos irmãos que sofrem e clamam a Deus.
2ª leitura (1Cor 10,1-6.10-12): As lições da História:
Paulo tira as lições da história de Israel: a promessa, a passagem pelo Mar Vermelho, o maná, a água do rochedo, tudo isso aponta para o Cristo, o novo Moisés, e para os sacramentos que dão sustento ao novo povo de Deus. Mas nem o Batismo e nem a Eucaristia garantem a salvação automaticamente: exigem do fiel uma resposta diária de fé, atuante na caridade. É preciso beber sempre da água que brota do rochedo espiritual que é Cristo. 
Evangelho (Lc 13,1-9): A necessidade de conversão e a paciência de Deus:
As catástrofes não são castigos, mas lembretes. E não adianta pertencer ao grupo dos “eleitos” (os judeus do deserto, os fariseus do tempo de Jesus, ou os “bons cristãos” de hoje) se não se vive a vontade de Deus. O decisivo é a conversão, a prática do Evangelho. Quando nos colocamos diante do amor de Deus, quando nos expomos à luz da “sarça ardente”, sempre encontramos algo a reorientar, a mudar. A figueira infrutífera pode ficar mais um ano, pois talvez ela produza bons figos! Mas, algum ano será o último. Não deixemos a conversão para depois.  
Autor: Pe. Roni O. Fengler