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Quais as suas motivações para viver o sacerdócio na diocese Jubilar?
Créditos foto: Arquivo Diocese Full Width Post Format
A diocese de Santa Cruz do Sul já foi considerada uma diocese vocacional, em razão da quantidade de vocações sacerdotais, religiosas e leigas. Contamos, ao longo dos 60 anos, com o pastoreio de Dom Alberto Etges, Dom Sinésio Bohn, Dom Canísio Klaus e Dom Aloisio Dilli. Pelas mãos destes bispos, diversos padres foram ordenados para servir e animar o povo de Deus, tanto nesta diocese, como em outras regiões. 
Nesta edição da Revista Integração, colegas padres partilham suas motivações para viver o sacerdócio na diocese Jubilar. O padre Erno Birck - de mais novo a mais idoso -, foi ordenado antes da criação da diocese e, atualmente, é o padre mais idoso entre nós. Também partilham suas motivações padres ordenados por cada um bispos que assumiram o pastoreio da diocese, em seus 60 anos.

  • Pe. Erno José Birck
Nasci no dia 4 de junho de 1930 e fui ordenado no dia 25 de agosto de 1957. Passei de padre mais novo da diocese de Santa Cruz, no ato da sua criação, para ser hoje, nos 60 anos de diocese, o padre mais idoso da diocese.
Pertencendo à diocese de Porto Alegre, fui ordenado por Dom Vicente Scherer, no Seminário Maior em Viamão. E o meu lema motivador para viver o sacerdócio é de Pio XII: “Que os teus sacerdotes sejam verdadeiros anjos para o teu povo”.
Após minha ordenação, passei a trabalhar em Arroio do Meio com o Monsenhor Jacob Seger. Neste ano faleceu o Papa Pio XII. No ano seguinte, em 1959, fui transferido a Rio Pardo, justamente no ano em que o Papa João XXIII (il Papa buono) foio eleito e criou a diocese de Santa Cruz do Sul, nomeando como primeiro bispo Dom Alberto Etges. E com a nova diocese criada e instalada, e sendo o padre mais novo entre o clero na diocese, Dom Alberto logo me chamou para Santa Cruz, onde estou até hoje como o padre mais idoso.
Vivi todo o processo de mudança na Igreja, com a realização do Concílio Vaticano II, convocado pelo papa João XXIII. Após a morte de Pio XII, o novo Pontífice falou: “Abri as portas e janelas para que entre um ar novo na Igreja!” E aconteceu o Concílio Vaticano II, que trouxe muitas mudanças para a Igreja. O latim deu lugar à linguagem popular. Hoje o padre é conhecido como alguém do povo, vivendo em comunidade. No início, muita insegurança após o Vaticano II. Hoje mais compromisso para a comunidade. Antigamente, padre rezando em latim e povo com seu terço ou novenas e coro cantando. Padre mandando e povo obedecendo. Hoje padre e povo rezando juntos em língua popular, povo participando em comunidade organizada e padre coordenando.
Duas coisas que marcaram a minha vida. Um dia uma pessoa amiga me visitou, sentou e me disse: o senhor também é hipócrita! Eu só abri a porta e ela saiu. Nunca esqueci isso. Outra foi em Roma, quando João Paulo II passava no meio do povo na praça e eu consegui apertar a sua mão. Na hora pensei: como seria fácil dar um tiro no Papa! O que pouco depois de fato aconteceu (mas o papa se recuperou e visitou o atirador na prisão).
Agradeço a Deus pela vida e vocação!

  • Pe. José Luciano Schneiders
Minha ordenação sacerdotal foi no dia 28 de dezembro de 1979, juntamente com o Pe. Érico Hammes, Pe. Laudenor Telöken e Dom Canisio Klaus. Neste ano em que a Diocese de Santa Cruz completa 60 anos, sinto uma imensa alegria e honra fazer parte desta história. 
Nos meus quase 50 anos de presbítero, tive a oportunidade de trabalhar nas paróquias de Encruzilhada do Sul, Guarantã do Norte-MT, Pantano Grande, Peixoto de Azevedo-MT, Cruzeiro do Sul, Santa clara, Sinimbu, Linha Santa Cruz, Anta Gorda e Moinhos-Lajeado, atualmente, além dos Seminários. Sempre procurei colocar em prática o meu lema: “Senhor, eis-me aqui, venho para servir com alegria”.
Para mim, o destaque maior foi o trabalho realizado durante doze anos e meio na Igreja Irmã de Sinop-MT. Duas frases me acompanharam nessa trajetória: “Não falta mais tudo” e “Nada está tão ruim que não possa piorar”.

  • Pe. Clécio José Henckes
Sentindo-me motivado para viver o sacerdócio na diocese jubilar, fui ordenado presbítero aos 28 de dezembro de 1990, na igreja matriz da Paróquia Santa Inês de Mato Leitão, pelas mãos de Dom Sinésio Bohn. O lema que me motiva na vivência do ministério presbiteral é: “Filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas com ações e em verdade” (1Jo 3,18).
Nos primeiros anos da vida presbiteral, tendo atuado na assessoria da Pastoral da Juventude e Vocações, trabalhei em diversas paróquias da Diocese de Santa Cruz do Sul. Convidado por Dom Sinésio Bohn, hoje bispo emérito de Santa Cruz do Sul, participei por quase 10 anos do Projeto Igrejas-Irmãs Santa Cruz do Sul e Sinop no Mato Grosso.
Participei também da Diretoria da Associação dos Presbíteros da Diocese - APRES. Entre as minhas preocupações estão: a formação permanente, o cultivo da amizade e a missionariedade. Desde cedo frequentei a Pastoral da Juventude e o Movimento Estudantil. Fiz o Mestrado em Teologia com a Dissertação: “Seguimento de Jesus Cristo na paz, uma abordagem segundo a cristologia de John Sobrino”. E no contexto do Sínodo para a Amazônia, em atitude de saída, sinto forte apelo provocado por aquele ambiente de missionariedade!

  • Pe. Joacir Meotti
A minha ordenação foi no dia 11 de outubro de 2013, na Gruta Nossa de Lurdes, da Paróquia de Itapuca (Anta Gorda/RS). O lema sacerdotal para o meu ministério é: “Ser sinal e presença de Cristo, Bom Pastor, na humildade e no testemunho”
O que me motiva para viver e servir nesta Diocese Jubilar de Santa Cruz do Sul é continuar a responder aos anseios do povo de Deus na vivência da sua fé, tendo presente que esta resposta requer uma constante e contínua evangelização. Minha vocação é fruto do protagonismo da juventude atuante numa diocese acolhedora e do engajamento nos movimentos e pastorais na comunidade de fé. Na condição de sacerdote, sinto-me cada vez mais motivado a ser o sinal e presença de Cristo aos irmãos e irmãs na fé. A presença de Cristo Bom Pastor me faz ser, antes de tudo, acolhedor. Acolher para poder anunciar o Reino de Deus e testemunhar Jesus Cristo com plena convicção. Viver a fé recebida primeiramente como cristão, batizado e membro de uma comunidade. A comunidade de origem, nossa identidade cristã. Minha razão para continuar a servir nesta diocese passa pelo propósito de conservar e viver a humildade em todas as ações que compreendem a vida de um sacerdote. Viver a alegria no sacerdócio é viver a alegria do evangelho, e viver a alegria do evangelho é a certeza de uma feliz missão. 
Que Maria, a Mãe de Jesus, me ajude a viver e realizar cada vez melhor a minha missão sacerdotal nesta diocese.

  • Pe. Maurizan do Nascimento
Fui ordenado dia 26 de novembro de 2017, na Igreja matriz de Nossa Senhora da Candelária em Candelária, tendo como lema: “Eis me aqui, envia-me.” (Is 6,8) “Pois sou apenas uma peça de xadrez nas mãos de Deus.” (Santa Úrsula Ledóchowska)
Uma das motivações para viver o meu sacerdócio na diocese de Santa Cruz do Sul foi o acolhimento do povo diocesano nas paróquias em que passei, no tempo que pertencia à Fraternidade Apostólica da Boa Nova, como irmão religioso. O carinho e a amizade que encontrei nesse chão, me levou a fazer a opção de servir este povo por toda a minha vida. Sei que o desafio da cultura é muito grande, até mesmo a barreira de idiomas que se fala em algumas regiões, mas isso é algo que nos faz crescer como missionário. A riqueza cultural desta diocese me encanta a cada dia. Tento, o máximo possível, me inculturar na realidade religiosa desse povo, pois cada região tem suas peculiaridades. Mas como meu lema já diz, o que quero é servir, não importa onde. Eis-me aqui, envia-me. Pois sou apenas uma peça de xadrez nas mãos de Deus.  
Autor: Pe. Zé Renato