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Rodrigo Hillesheim: Minha história, minha vocação – parte 1
Créditos foto: Arquivo Pessoal Full Width Post Format
Sou Rodrigo Eduardo Hillesheim, seminarista do último ano de teologia, filho de Genésio José Hillesheim e Rosane Maria Hillesheim, natural de Santa Cruz do Sul, da Paróquia São João Batista (Catedral). Serei ordenado diácono no dia 08 de dezembro deste ano na Igreja Matriz São Sebastião Mártir.
O despertar de minha vocação começou quando ainda era criança e me admirei com a beleza da liturgia da Igreja. Mas, primeiro Deus me fez enxergar o chamado quebrando uma resistência que havia em mim. A superação dos medos e das barreiras estão presente na maioria dos relatos de vocação, inclusive as vocações apresentadas na Sagrada Escritura, tais como a vocação de Abraão, Moisés, Maria, Paulo... Aos 10 anos de idade, fui convidado pelo Assessor de Coroinhas de minha comunidade para participar do grupo de Coroinhas. Eu resisti ao primeiro convite. Depois, disse que não tinha tempo. E por fim, no terceiro ou quarto convite resolvi participar para ver como era. Este convite foi insistente, pois do contrário nunca teria entrado no grupo. O que eu não imaginava é que esse sim daria um rumo decisivo para a minha vida. Assim, entrei no grupo de coroinhas e comecei a me envolver nos encontros e nas celebrações litúrgicas.
Num dia qualquer, participando das tradicionais Missas de sábado à tarde, na escuta da Palavra e na reflexão do padre, me vem ao coração o questionamento: por que não ser padre? A passagem da Sagrada Escritura era a do joio e do trigo: o joio cresce no meio do trigo, mas no final o joio será separado para ser jogado fora. Naquele momento eu compreendia que deveria ser acima de tudo trigo no celeiro de Deus, que jamais deveria ser um joio e, como Padre, queria ser trigo no mundo. Ao mesmo tempo em que a Palavra me impulsionava, como coroinha servir junto ao altar era uma alegria, pois nunca duvidei que com isso estava servindo a Cristo. O Padre, para mim, neste momento, representava o próprio Jesus Cristo a quem queria seguir. Servindo descobri que no sacrifício de Cristo posso também doar a minha vida. A partir daí comecei a participar da Missa diariamente. Com outras crianças brincava de ser padre. Na época também realizei um trabalho de evangelização na minha escola. No início de cada semana lia uma passagem bíblica para os alunos e professores por meio de um sistema de som distribuído em todas as salas de aula.
Junto a isso também observava o testemunho do padre Orlando Pretto, na época, Pároco da minha Paróquia. Através de sua vida consegui enxergar a figura de um sacerdote fiel e dedicado às coisas de Deus. No tratamento humilde e respeitoso com as pessoas, um esforço em levar Deus à comunidade. Estes dois elementos: a beleza da liturgia como diálogo com Deus e a figura do Padre como testemunho, foram instrumentos do chamado divino, pois despertaram em mim o desejo de entrar para o seminário. Agora essas motivações precisavam ser discernidas: vem realmente de Deus ou são frutos de um desejo meramente humano?
Antes de falar para o pároco, falei da ideia de ser Padre com a minha família. Pai e mãe sempre apoiaram minha decisão, permitindo que fosse livre em minha escolhas, mas ao mesmo tempo estavam prontos para ajudar no que fosse preciso para que a minha decisão fosse acertada. Aliás, tenho que dizer que a participação dos meus pais na vida da comunidade era sem vigor, mas depois que entrei para o seminário as coisas mudaram pois, junto comigo, descobriram que vale a pena dedicar a vida por causa do Senhor.
A partir disso, coloquei ao padre o desejo de entrar para o seminário – ainda me lembro claramente desse dia – ao que prontamente este me encaminhou para os chamados "Encontros de Vocacionados" de nossa diocese. Antes de entrar para o Seminário, em 2005 e 2006, quando estava na sétima e na oitava série, participei desses encontros. Na época eram conduzidos pelo Pe. Leandro Lopes, Animador Vocacional diocesano. Eram encontros realizados no Seminário de Arroio do Meio e se destacavam pela novidade e o encantamento de poder colaborar com Jesus no Seu projeto de amor pela humanidade. Nem tudo eu entendia, mas ardia o meu coração e estava decidido em entrar para o Seminário.
Autor: Rodrigo Eduardo Hillesheim