Dom Aloísio Dilli participou, na tarde de 27 de outubro, do 20º Encontro Diocesano das Sementes Crioulas. O encontro aconteceu na comunidade São Luis de Santa Emília, que pertence ao município de Venâncio Aires e à paróquia Santa Inês de Mato Leitão.
Em artigo publicado no Jornal “Pé na Terra” da CPT Diocesana, Dom Aloísio afirma que “as sementes crioulas dão identidade aos pequenos agricultores”, porque “sem elas, os agricultores perdem a autonomia e se tornam reféns das multinacionais”. Ao invocar a bênção de Deus sobre as sementes e sobre os seus guardiães, ressaltou o apoio da Igreja Diocesana a este trabalho, uma vez que “a preservação da natureza e a produção de alimentos sadios, é obrigação dos cristãos”.
O 20º Encontro Diocesano, realizado com as restrições impostas pela pandemia, reuniu aproximadamente 150 pessoas oriundas dos municípios onde existem grupos de “guardiões das Sementes Crioulas”. A animação esteve ao encargo do Antonio Gringo e equipe e a espiritualidade ao encargo do candidato a Diácono Permanente, Clécio Weber. No centro do salão, duas grandes mesas foram usadas para que os participantes pudessem depositar as sementes que, ao final do encontro, foram partilhadas entre os participantes. Foi a tradicional “troca de sementes”, muito comum nas antigas famílias de colonos e que tem como base o slogam: “Quem tem, reparte com quem não tem”.
Carmen Reis, coordenadora da comunidade São Luís, acolheu os participantes, manifestando a satisfação da comunidade em acolher pessoas que se ocupam na preservação das sementes.
Maurício Queiroz, na qualidade de coordenador geral do encontro, falou da importância de eventos deste tipo, porque animam as pessoas a se comprometerem com a produção de alimentos saudáveis para a população.
Oldi Helena Jansch, coordenadora da Escola de Jovens Rurais, falou sobre a importância dos encontros das sementes crioulas porque, com elas, estamos resgatando a dignidade dos pequenos agricultores e incentivamos a juventude a permanecer na roça. “Com as sementes crioulas e a agroecologia produzimos alimentos saudáveis para a população e cuidamos da Mãe Terra”. Alguém, referindo-se ao uso de agrotóxicos e sementes transgênicas, destacou: “O ser humano é o único animal que envenena o alimento antes de dar para o seu filho”.
Durante o encontro, agricultores “guardiães de sementes” da localidade de Santa Emília, de Candelária e de Passo do Sobrado deram depoimentos sobre a alegria de produzir alimentos sem agrotóxicos. O momento mais esperado aconteceu no final, quando os participantes puderam escolher algumas sementes para levarem para casa e plantarem em suas propriedades.
Na volta para casa, Dom Aloísio manifestou a sua alegria em
poder participar deste encontro. “Foi um momento para alimentar a nossa
esperança”.