Artigos e Notícias -voltar-
Poluição Plástica
Créditos foto: Divulgação/ONU Full Width Post Format
O tema escolhido pela ONU para reflexão no dia do meio ambiente foi “Acabar com a poluição plástica”. Há muito que os ambientalistas vêm alertando sobre o problema do mau uso do plástico e do acúmulo no ambiente. Que bom que as Nações Unidas estão reforçando esta campanha!
Não era para menos: como o próprio site da ONU adverte, todos os anos 8 milhões de toneladas de plástico entram em nossos oceanos, o que equivale a um caminhão por minuto. Os oceanos estão virando um enorme depósito de plástico, ilhas flutuantes de milhares de quilômetros quadrados que pairam próximo à superfície que se acumulam onde as correntes marítimas levarem.
Mas de onde vem tanto plástico? Sim, é verdade, houve um tempo e ainda pode existir, em que empresas coletoras de lixo os despejavam em alto mar. Mas hoje isso realmente não deve ser a maior fonte. Os plásticos descartados vão parar de alguma forma nas partes mais baixas do relevo, sejam fundos de casa, sejam estradas, onde as águas da chuva e o vento levam, sejam aterros. Dali são arrastados pelas correntes de água para arroios e rios que se encarregam de levar até o mar. Por melhor que seja o descarte a que damos às sacolinhas plásticas, tampinhas de garrafas, brinquedos quebrados, etc é provável que uma grande parte acabe chegando igualmente aos oceanos.
O que chama atenção são as proporções as quais chegamos. O Ministério do Meio Ambiente calcula que no Brasil são descartadas 1.500.000 sacolas por hora, sendo que a maioria delas levam apenas alguns minutos para deixarem de ser um objeto útil e virarem lixo. Nos EUA estima-se que são usados 500 milhões de canudos por dia. Canudos que são feitos de plástico e não se degradam indo parar nas vias respiratórias das tartarugas marinhas, por exemplo. No Brasil é cada vez mais comum ver o lixo se acumulando nas praias...
Ainda há o que fazer? Sim, e muito! Reciclar, claro. Mas não só. Iniciar pelos nossos hábitos de consumo. Nos acostumarmos com a ideia que o plástico é um material nobre demais para ser usado como descartável. O plástico deveria ser usado só para situações complexas que exigem um material com suas propriedades e nunca para artigos descartáveis. Com isso em mente, vamos recusá-lo nas formas descartáveis de canudos, copos, sacolas, pratos, talheres, brinquedos e outros. Muitos legisladores, conscientes do problema, começam a aprovar leis que proíbem a venda e distribuição de plástico nessas formas. Quanto aos alimentos, é bom sempre lembrar que o plástico é tóxico e jamais deveríamos usar garrafas plásticas para bebidas e envoltórios plásticos na comida por uma questão de saúde!
Agindo assim, talvez não consigamos muito, mas é o início. Como o sistema é movido pelo consumo, nossos hábitos de consumo podem mudar o sistema. A ciência também corre atrás de materiais biodegradáveis, feitos a partir de algas ou plantas para substituir parte do plástico. Mas estes materiais só irão ficar acessíveis se, quando tivermos escolha, façamos nossa parte preferindo o biodegradável. Tomemos consciência e coloquemos a nossa criatividade nisso.
Autor: Eng. Agrônomo André Michel Müller Fonte: Revista Integração Diocesana