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Meio Ambiente e eleições
Créditos foto: Reprodução/ Internet Full Width Post Format
Certamente que devemos dar importância às propostas “econômicas” dos candidatos para decidir em quem votar. Afinal, importa-nos bastante saber como vamos sobreviver, ter dinheiro para pagar as contas, resolver os problemas financeiros. Porém, a vida não é só isso. Quando paramos para refletir vemos que, em grande medida, precisamos de saídas ambientais (e sociais) para a nossa vida. É só lembrarmos daquelas famílias soterradas na lama da Samarco, dos pescadores que não encontram mais peixes em nossos rios, do acúmulo de lixo em nossos bairros, da proliferação de doenças tropicais antes inexistentes em nosso meio e tantos outros. O meio ambiente deve, sim, ser pautado nas eleições pelos candidatos. E quando falamos em candidatos, devemos lembrar que as eleições de outubro não são apenas para eleger o futuro presidente (e vice), mas senadores, deputados federais, governadores e deputados estaduais. Talvez, em assunto de meio ambiente, o poder legislativo tenha tanta importância ou até maior do que o executivo. Precisamos de legisladores que se empenhem com as atribuições que lhes cabe, ou seja, mais do que fazer as famosas emendas orçamentárias parlamentares para situações pontuais, que se preocupem com o nosso futuro, tanto para o ano que vem como para daqui há 10 ou 30 anos. 
Assim, precisamos de políticas que dê SUSTENTABILIDADE às nossas vidas: uma coalizão de ações que envolve equilíbrio ambiental, justiça social e viabilidade econômica. Então, que tal conhecermos um pouco do passado “ecológico” dos candidatos para enxergá-los de forma integral? Hoje temos meios para isso. Através da internet, podemos buscar informações e resgatar um pouco do comportamento dos candidatos e de seus partidos em relação às causas ambientais. Pois, se no passado um candidato não teve compromisso com o meio ambiente, não será depois de eleito que ele terá. 
É saber buscar... deixar o facebook um pouco de lado e buscar direto pontuando os temas e pesquisar. Por exemplo: tem candidatos que, enquanto deputados, recentemente votaram a favor da Lei dos Venenos, conforme escrevi no artigo anterior... agora aparecem outros dizendo que essa lei deveria ser chamada de “Lei dos remédios”! Seria ignorância ou má indole? É indiferente, pois não merece crédito. 
Também podemos analisar a plataforma política de cada candidato. O que pensam e como votaram seus partidos sobre temas como perdão das multas dadas aos grandes poluidores e desmatadores, concessão de terras e exploração de riquezas às grandes transnacionais, fomento às tecnologias brandas, sobretaxação às tecnologias duras, produção de energia limpa, apoio à agroecologia e ao programa de redução do uso de agrotóxicos, combate ao desmatamento ilegal, preservação de parques e demarcação de unidades de conservação e de terras indígenas, combate ao trabalho escravo, apoio às cooperativas de catadores, agricultura familiar, pescadores artesanais e quilombolas, etc. 
Uma sugestão que deixo é uma página de internet bem-humorada chamada “ruralômetro”, onde, através da temperatura, os políticos e seus partidos são avaliados quanto à sua identificação com as propostas ruralistas que “queimam o ambiente”. Entrando nesta página vemos que 6 de cada 10 deputados federais têm atuação desfavorável ao meio ambiente. 
Então é sempre bom lembrar que, para além das propostas apresentadas, o importante é ver: como os candidatos se comportaram ao longo de sua vida com os temas ambientais; quem são as empresas que costumaram financiar suas campanhas; quem são as pessoas que o apoiam; e o que de bom para o planeta já ajudaram a construir. Agindo assim, e aliando aos outros temas sociais e econômicos, temos boas chances de não errar na hora do voto!
Autor: André Michel Müller