Nada agradável quando nos julgamos como descobridores do Brasil
por nos sentirmos senhores em determinado assunto. Primeiro porque o Brasil não
foi descoberto, mas começou a roubalheira que até hoje continua. Isso acontece
para quem se considera acima das demais pessoas ou grupos. Na realidade a
história da humanidade em tudo que é canto do mundo dá passos, às vezes lentos,
mas, também às vezes surpreendentes.
Só essa afirmação inicial já nos remete à história de cada
grupo e, porque não, para embasar a própria história com o desejo levar adiante
a inspiração inicial. Sim, nossos grupos precisam não perder a inspiração
primeira, dar passos e não ficar na mesmice.
Como integrantes de causas comuns e/ou de cunho social recebe
importância impar a função dos seus responsáveis. Como é bonito ver pessoas do alto escalão da
Igreja sendo capazes de caminhar com seu povo não só em celebrações litúrgicas internas,
mas também lá onde seu povo se organiza na defesa de seus direitos em
caminhadas, romaria e concentrações as mais diversas na busca por melhores
condições de vida, na busca de direitos fundamentais à vida digna. São essas as
posturas que encorajam o povo para não só não desanimar, mas encorajados a
seguir.
A Igreja católica do Rio Grande do Sul já pela quadragésima
quarta vez promove e vai realizar a Romaria da Terra. Nossa Diocese de Santa
Cruz do Sul tem bonita história de presença e participação e mais uma vez vai
sediar essa Romaria, agora em Ilópolis. Nossos bispos sempre tiveram e tem
enorme interesse e envolvimento em causas sociais, especialmente quando ligadas
a defesa da terra, produção de alimentos saudáveis a partir de sementes
crioulas e adubação orgânica. Assim, como um bom grupo de padres e
significativa presença de leigos, tanto adultos como jovens.
Destaco, sim, o grupo de lideranças da Ação Social Diocesana
de Santa Cruz do Sul – ASDISC. Com a bandeira da Agroecologia temos
uma história de significativa participação nas Romarias da Terra desde antes dos
anos 90. A participação tanto do grupo de suas lideranças como demais
simpatizantes da causa serviram de motivação para que se firmasse em nossa
diocese a Escola de Jovens Rurais – EJR, que mantém um jornal denominado Pé na
Terra, os Encontros Diocesanos de Sementes Crioulas e acompanhamento a vários
grupos indígenas, quilombolas e, ainda, grupos de agricultores diversos. Através
de duas Escolas que incorporamos em nossa instituição a pedido da Mitra desde o
ano 2000, acompanhamos grupos de pais e mães de alunos em políticas públicas com
atividades na agricultura como, também, associações nas cidades tanto de Vera
Cruz como Candelária. Todas essas atividades tem a inspiração da Agroecologia,
semente crioulas e adubação orgânica. Todo esse conjunto de setores com suas
lideranças escolheu e assumiu a mística que vem inspirada por textos bíblicos:
Gn 1, 26-31, Is 65, 11-25, Mt 25, 31-46 e At 2,46-47. Desejo boa leitura.
10/06/21