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45ª Romaria da Terra reúne mais de 3 mil pessoas em Eldorado do Sul
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Mais de 3 mil romeiros de diferentes regiões do estado, vinculados à espiritualidade e a luta social, estiveram reunidos no último dia 21 de fevereiro, no Assentamento Integração Gaúcha, em Eldorado do Sul, na 45ª Romaria da Terra do RS. O evento iniciou nos dias 19 e 20, com o Acampamento dos Povos da Terra em Romaria, com a participação de indígenas, quilombolas e agricultores.

O tema desta edição é “Terra e Pão: em defesa dos territórios e da vida” — Uma reflexão sobre a importância da terra como Dom de Deus para todos. A concentração para a Romaria e acolhida dos Romeiros ocorreu a partir das 7 horas de terça-feira, 21, na Praça da Matriz, no centro. Logo após, ás 9h, teve início a abertura e caminhada até o Assentamento Integração Gaúcha, um percurso de aproximadamente 3 quilômetros percorridos a pé.

No território da reforma agrária foi montado um palco para a missa campal, celebrada pelo Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre para o Vicariato de Guaíba, Dom Adilson Busin. Um dos pontos abordados foi a estiagem, que assola o estado e impacta pelo menos 315 municípios. Ao meio dia, foi servido o almoço, com a tradicional partilha dos alimentos entre os participantes.

 A Diocese de Santa Cruz do Sul esteve representada por diversas caravanas reunindo romeiros de diversas paróquias, além de padres e religiosos.  De acordo com o Técnico Agrícola atuante na Ação Social Diocesana de Santa Cruz do Sul-ASDISC, onde trabalha com Resgate de Sementes Crioulas e Agroecologia, com a Escola de Jovens Rurais-EJR e na Organização da Pastoral da Terra, Mauricio Queiroz, ressalta a realização desse evento evidencia a questão da produção de alimentos saudáveis.

“O Assentamento Integração Gaúcha possui uma experiência importantíssima de práticas agroecológicas como a produção de arroz agroecológica, frutas e hortaliças e também pães agroecológicos. A romaria mostra a importância de a terra não estar concentrada nas mãos de poucos e aqui a gente vê muito, a questão da função social da propriedade de uma terra que até pouco tempo era concentrada em poucas mãos, e parte dela não era nem produtiva. E hoje, possui toda essa produção”, afirma. 

A tradicional romaria contou com a presença de lideranças políticas e de representantes de movimentos sociais, como o dirigente do MST João Pedro Stédile.  O evento foi promovido pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), Via Campesina, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap).


 Em 2024, a 46ª Romaria da Terra  acontecerá em Ipê, na Diocese de Vacaria. 

Autor: Rosibel Fagundes