Pelo
batismo somos incorporados a Cristo sacerdote, profeta e rei. A celebração
deste domingo nos interpela a estarmos atentos à Palavra de Deus e aos seus
sinais no mundo de hoje, para seguir a Cristo de forma livre, consciente e responsável,
como povo sacerdotal, profético e régio. Num mundo de preconceitos em relação a
Cristo e sua Igreja, importa à comunidade dos seus discípulos nunca deixar de
andar nos passos do Mestre e entender o seguimento como algo progressivo e
dinâmico.
O
profeta, muitas vezes, não era ouvido, pois falava a um povo de “cabeça dura”.
Mesmo assim, Deus envia o jovem Ezequiel, para “que fiquem sabendo que houve um
profeta” no meio deles (1ª leitura). O apóstolo Paulo reconhece suas fraquezas
humanas, mas Deus responde: “Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a
força se manifesta” (2ª leitura). No Evangelho, Jesus percebe que não é
estimado e ouvido em sua terra natal, mas não deixou de visitá-la anunciar-lhe
sua palavra.
Certamente
todos nós já nos decepcionamos um pouco com nossas fraquezas e limitações ou
com os parcos resultados de nosso esforço evangelizador. Aí faz bem ouvir: «Mesmo
assim eu te envio» e «basta-te a minha graça». Recordemos a parábola do
semeador e do grão de mostarda. Deus fará sua parte. O Profeta é convidado e
enviado. Ele não deve se preocupar tanto com os resultados, mas com sua
fidelidade à mensagem, com sua disponibilidade em ser testemunha viva, humilde
e perseverante entre o povo.
“Jesus
percorria os povoados das redondezas, ensinando” e os apóstolos o seguiam firmes
em suas andanças. Coloquemo-nos na mesma atitude de seguimento, com humildade e
despojamento, sempre abertos às surpresas que o Espírito suscita e com a
certeza de que, “quando eu me sinto fraco, é então que sou forte”. Em última
análise, a missão não depende de nossas forças, mas do poder e da graça de
Deus.
Autor: Pe. Roni Osvaldo Fengler