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15 de julho: 15º domingo do Tempo Comum
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O evangelho de hoje é uma bela catequese sobre a vocação e a missão dos discípulos de Jesus.
“Jesus chamou os doze”: O evangelista Marcos deixa claro que a iniciativa do chamado é de Jesus. Não há nenhuma explicação sobre os critérios da escolha. A eleição permanece sempre um mistério. Nossa tendência é perguntar: “Por que eu, Senhor?”, quando deveríamos ser como Maria, que prontamente diz: “Eis aqui a tua servidora!” E por que exatamente “doze”? Sabemos que se trata de um número simbólico que lembra as doze tribos de Israel. Aqui, os doze discípulos representam a totalidade do novo povo de Deus. Na verdade, todos os batizados recebem uma missão, todos somos enviados.
“Começou a enviá-los dois a dois”: Entre os judeus havia o costume de viajar acompanhado, a fim de ter ajuda em caso de necessidade; também havia a exigência legal de duas testemunhas para dar credibilidade a qualquer anúncio ou denúncia. Mesmo que que isso possa ter contribuído, o fato de Jesus enviá-los em missão “dois a dois” ensina que a evangelização possui sempre uma dimensão comunitária. Não devemos trabalhar sozinhos, à margem dos demais membros da comunidade. E jamais deveríamos pensar que alguém é dono da comunidade, que só eu ou só aquela pessoa é quem sabe, quem decide. O que deve prevalecer não é a ideia deste ou daquele, mas a fé da Igreja. E quando estou num curso ou encontro, ou numa missão, devo me sentir em nome da comunidade, estar em sintonia com a fé da comunidade e saber atuar em grupo. 
“Deu-lhes poder sobre os espíritos impuros”: O Evangelho combate tudo o que escraviza a pessoa e a impede de ser livre e feliz. 
“Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado...”: Os discípulos partem em missão em atitude de despojamento dos bens e das seguranças humanas; são totalmente livres e não presos a nada. Isso ajuda a perceber que a eficácia da missão não depende da abundância dos bens, mas sim da ação de Deus. O desapego é um sinal de que o discípulo confia só em Deus, o que confere credibilidade à missão. 
“Expulsavam demônios e curavam doentes”: São os mesmos gestos que Jesus fazia, o que demonstra que a Igreja continua a missão de Jesus em favor da humanidade.
Como batizado, tenho consciência de que isto me diz respeito e que também pertenço à comunidade que Jesus envia em missão?
Autor: Pe. Roni. Osvaldo Fengler