“Alegrai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus”
A solenidade
de todos os Santos e Santas quer renovar em nós a alegria do Evangelho e
reavivar a fé na eterna bem-aventurança daqueles que aqui procuraram viver com
sinceridade os ensinamentos de Jesus Cristo.
As bem-aventuranças
proclamadas por Jesus no Sermão da Montanha (evangelho) são o caminho da santidade,
ou se quisermos, o caminho da felicidade. É um projeto de vida que entusiasmava
intensamente a Jesus de Nazaré, o “santo dos santos”, assumido por ele com
paixão e alegria durante toda a sua vida. E ele quer associar todos os seus
seguidores a este caminho, proclamando bem-aventurada toda pessoa que – como ele – for pobre de espírito, aflita em
ajudar o próximo, mansa, faminta e sedenta de justiça, misericordiosa,
promotora da paz, injuriada e perseguida por cumprir a vontade de Deus. Quanto
mais ela seguir este caminho, tanto mais será imagem e semelhança de Deus.
Na festa
litúrgica de hoje, a mãe Igreja contempla exultante todos os seus filhos e suas
filhas que aqui na Terra conservaram a integridade da fé e agora gozam das
eternas bem-aventuranças. Todos estes santos (e não somente os canonizados) são
para nós intercessores e exemplo da vivência do Batismo. A esta vida santa
todos nós batizados somos chamados.
O Apocalipse
(2ª leitura) fala de uma incontável multidão de todas as nações: “Estavam de pé diante do trono e do
Cordeiro; trajavam vestes brancas e traziam palmas na mão... Vieram da grande
tribulação. Lavaram e alvejaram suas vestes no sangue do Cordeiro” (Ap
7,9.14). O texto acentua a salvação em Cristo (ele é o Salvador) e a
universalidade da salvação (todos são chamados à vida eterna). As palmas verdes
são símbolo da vitória e da vida plena. A tribulação, além de indicar a
perseguição que os cristãos de todos os tempos sofreram (e continuam sofrendo),
indica também as provações diárias a que os todos os fiéis estão sujeitos no
caminho da santidade. Aqui eles podem perder os bens e até a vida, mas, na vida
futura, receberão um reino feliz, glorioso e eterno, que na verdade já começa
aqui.
As
bem-aventuranças são um grito de júbilo, um hino de alegria pela chegada do
Reino de Deus. Com Jesus está nascendo uma vida nova, que continua florescendo
e se espalhando em seus seguidores. Muitos poderão ser jogados na prisão,
torturados e até martirizados, porém está reservado para eles uma herança
incorruptível, pois são filhos de Deus e, por isso, seus herdeiros. Um dia
ouvirão do Senhor: “Vinde benditos de meu
Pai, entrai na posse do Reino”, “pois o que fizestes ao menor dos irmãos foi a
mim que fizestes”.
Autor: Pe. Roni O. Fengler