“Então chegou uma pobre viúva que deu duas moedas de prata”
"Eu vos digo: esta pobre viúva deu mais do que todos os outros”
As leituras deste domingo falam do verdadeiro
culto que devemos prestar a Deus: A Deus não interessam tanto grandes
manifestações, ritos externos que impressionam pela suntuosidade ou pelas
aptidões artísticas. Ele ama e acolhe muito mais uma atitude humilde de entrega
em suas mãos, de confiança em sua providência, de acolhimento generoso dos seus
ensinamentos, de generosidade em favor dos irmãos e da sinceridade das ações.
A 1ª leitura nos apresenta o exemplo de uma
mulher pobre de Sarepta que está disponível em acolher os apelos de Deus e,
apesar de sua extrema indigência, partilha tudo o que possui com o profeta
Elias. Em resposta, Deus a recompensa com seus dons: a vasilha de farinha e a
jarra de óleo não diminuem até que veio a chuva. A lição é clara: a
generosidade, a partilha e a solidariedade não nos empobrecem, mas são
geradoras de vida e de alegria incomensurável.
O Evangelho traz o exemplo de outra mulher
pobre, de outra viúva. Enquanto outros (ricos) colocam grandes somas, mas que
representam suas sobras, ela dá duas moedinhas de pouco valor comercial, mas de
grande valor existencial, pois representavam tudo o que ela possuía.
Qual é o verdadeiro culto que Deus quer de seus
filhos? Que seja um culto existencial, verdadeiro, sincero. Que eles sejam
capazes de lhe oferecer tudo, com espírito generoso, num despojamento de si que
brota de um amor sem limites e sem condições. Somente os pequeninos (os que não
têm o coração cheio de si próprios) são capazes de oferecer a Deus o culto
verdadeiro que Ele espera. E este é um culto sempre fecundo e fonte de vida.
A 2ª leitura nos apresenta o exemplo de Cristo,
o sumo-sacerdote que entregou a sua vida em nosso favor. Com seu sacrifício
ofereceu a Deus o dom perfeito. Se deu totalmente. Qual o dom que Deus espera
de nós? Não uma vida pela metade, mas dom total. Também não oferecer a Ele o
tempo em que não temos nada de importante a fazer, e nem o dinheiro que sobra.
Deus espera de nós o dom da nossa vida e a confiança ilimitada em seu amor
providente. Da mesma forma, o dízimo que entregamos na Igreja não pode ser
nossa sobra, mas fruto do nosso suor e de nosso coração generoso e solidário,
fruto de nossa fé madura e de nosso culto sincero e agradecido.
Autor: Pe. Roni O. Fengler