“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão”
Neste penúltimo domingo do Ano Litúrgico, a liturgia traz um convite forte à esperança. Podemos confiar em Deus, pois ele vai mudar a noite do mundo numa aurora de vida sem fim.
A primeira leitura anuncia aos perseguidos e desanimados a chegada iminente da intervenção libertadora de Deus em favor do seu povo fiel mediante o Arcanjo Miguel. Esta ação de Deus é a esperança que deve sustentar os justos, chamados a permanecerem fiéis a Deus, apesar das constantes resistências e fortes oposições. A perseveranças e a fidelidade serão recompensadas com a luz eterna: “Os que tiverem ensinado os caminhos da virtude brilharão eternamente como as estrelas do céu.”
No Evangelho, Jesus garante que no futuro o mundo velho do pecado vai ruir, vai passar, e dará lugar a um mundo novo, quando veremos Jesus Cristo vindo com poder e glória. O dia e a hora somente o Pai conhece. A seus discípulos Jesus pede que estejam atentos aos sinais e disponíveis em acolher os apelos de Deus (parábola da figueira).
O texto pertence ao “discurso escatológico”, uma leitura profética da história humana. Jesus fala a seus discípulos, que representam a comunidade cristã de todos os tempos. Ciente de ter chegado a sua hora de partir ao encontro do Pai, Jesus confia à sua comunidade uma missão. Ele sabe que não será uma missão fácil. Seus discípulos terão de enfrentar as dificuldades, as perseguições e as tentações que “o mundo” vai colocar em seu caminho. A comunidade necessitará, portanto, de estímulo e de alento em sua marcha pela história. É por isso que surge este apelo à fidelidade, à coragem, à vigilância. No horizonte último, Jesus coloca o final da história humana como o reencontro feliz e definitivo dos discípulos com seu Senhor.
Por isso o discípulo pode cantar com o salmista: “Meu destino está seguro em vossas mãos... Eis porque meu coração está em festa, pois não haveis de me deixar entregue à morte... Junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado.”
Autor: Pe. Roni O. Fengler