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25 de novembro: Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo
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"O meu reino não é deste mundo"
Chegamos na conclusão do ano Ano Litúrgico. Neste último domingo celebramos a solenidade de Cristo Rei. O fio condutor dos textos bíblicos é o exercício do poder. Aos olhos puramente humanos os mais fortes exercem poder sobre os mais fracos. Há uma relação de suserano x vassalo, grande x pequeno, dominador x dominado. Em Mc 10,42-43 Jesus diz: “Sabeis que aqueles que vemos governar as nações as dominam, e os seus grandes as tiranizam.”  E acrescenta: “Entre vós não deverá ser assim”. 
Durante o interrogatório, diante de Pilatos, Jesus afirma com toda clareza: “Eu sou rei”. Mas para não deixar dúvidas de que o seu jeito de reinar é diferente do jeito de Pilatos e dos demais reis conhecidos e temidos, diz: “Meu reino não é deste mundo”. E explica que que seu reinado é fundamentado na verdade. Também ele tem seus colaboradores, seus seguidores, mas estes o seguem livremente. Não são forçados, coagidos, mas convidados: “Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta minha voz”. 
 “Meu reino não é deste mundo”: Isso não quer dizer que Deus não se preocupa com as coisas deste mundo (pelo contrário Ele se preocupa mais com o bem do povo do que todos os outros, a tal ponto de dar sua própria por seu povo), mas que seu reinado não se identifica com os reinados deste mundo, e que não termina neste mundo. É um reino que cria laços de fraternidade e de solidariedade aqui na terra e se plenifica na comunhão eterna com Deus. É um reino baseado na lei do amor e na doação em favor dos necessitados, onde ninguém se deve sentir excluído ou desamparado. Jesus age em união com o Pai e na força do Espírito Santo. 
Logicamente que este jeito de governar não combina com os reinados deste mundo, com o reinado dos grandes e poderosos. Jesus acaba sendo eliminado, morto na cruz. Mas ele ressuscita (2ª leitura), e de junto do Pai envia o Espírito da Verdade aos seus, para levar em frente o seu reinado, unindo todos os povos e nações de todo tempo e lugar: “Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá.” (1ª leitura). 
Jesus, o verdadeiro rei, foi vítima da mentira, da tortura e da pena de morte para defender a paz e abrir o caminho ao Pai. Que ninguém mais ouse usar da força bruta, da mentira e da opressão para governar, e nem defender a tortura e a pena de morte em nome de Jesus. Isto seria negar o seu reinado e trair o seu ensinamento. E que tenhamos a coragem de o seguir livre e fielmente no caminho da verdade, da cruz e da ressurreição.
Autor: Pe. Roni O. Fengler