1ª leitura (Br 5,1-9): “Deus guiará Israel, manifestando a misericórdia e a justiça que dele procedem”: A fonte da vida está em Deus. Ele sempre toma a iniciativa em favor de seu povo. Quando o povo se mostrou infiel e de cabeça dura, tendo como consequência a invasão e opressão do inimigo (exílio), Deus agiu com misericórdia, reconduzindo-o à sua terra com honras e festejos de júbilo. E para que o povo pudesse caminhar em segurança, Deus mandou “que se abaixassem os altos montes e se enchessem os vales”. A cerviz do orgulho, da idolatria, da vaidade e da opressão precisam ceder lugar à humildade, à solidariedade e à justiça.
Evangelho (Lc 3, 1-6): Para que o povo possa ser salvo, João Batista o conclama no deserto a preparar o caminho do Salvador. Para isso é necessário endireitar as estradas mediante um batismo de conversão. Na pessoa de Jesus Cristo, Deus mostra sua infinita bondade, pois ele próprio vem para salvar. Ele vem perdoar os pecados e trazer vida nova, devolvendo esperança e luz para um povo já desesperado e dominado pelas trevas do pecado. Porém, para o perdão dos pecados, não basta somente ser batizado; é necessário fazê-lo com uma sincera e verdadeira conversão, estando disposto a assumir uma nova prática de vida.
Viver bem o Advento significa estar disposto a rebaixar a montanha do orgulho e da intolerância e a viver na planície da fraternidade e da partilha. Onde prepotentes buscam impor seu domínio e sua vontade, João aponta para Jesus, e seus seguidores abrem espaço para o projeto de Deus, onde todos são acolhidos e valorizados, onde todas as pessoas de boa vontade tem condições de fazer a experiência do amor misericordioso e libertador de Deus. E como o precursor João Batista, somos também convidados a preparar as pessoas para o encontro pessoal e verdadeiro com Jesus Cristo, o único capaz de curar e salvar.
Autor: Pe. Roni O. Fengler