“Ninguém te condenou? Eu também não te condeno!”
Na 1ª leitura, Deus anuncia por
meio do profeta Isaías: «Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos
antigos. Eis que eu farei coisas novas. Pois farei correr rios em terra seca.
Este povo, eu o criei para mim». Exatamente isso acontece com a
mulher do Evangelho de hoje. Apanhada em adultério, os mestres da lei e os
fariseus trazem-na diante de Jesus com a intenção de apedrejá-la, conforme a sua
lei. Interrogam a Jesus não para tirar uma dúvida, mas para terem motivos de
condená-lo. Condenaram a mulher e querem condenar também Jesus. Embora se
apresentassem como pessoas piedosas e guardiães dos bons costumes, não agiam
por amor. Agiam com sentimentos de inveja e de morte.
Jesus, ao contrário, age com a misericórdia
divina, com verdadeiro amor. E diz aos acusadores: «Quem
não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra». E eles vão se
retirando. Então diz à mulher: «Ninguém te condenou?... Eu também
não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais». Imaginemos o
alívio dessa pessoa! Jesus não ficou relembrando o passado, mas olha para
frente, oferece vida nova. Ele faz tudo novo na vida desta mulher; faz brotar
rios de água viva numa vida árida, triste e ferida pelo pecado. Também ela foi “criada
para Deus”. Criada para a vida, e não para o inimigo, para o pecado, para a
morte.
Irmãos,
normalmente somos rápidos para julgar. Facilmente apontamos o pecado dos outros
e temos a tentação de jogar pedras. Os escribas e fariseus queriam condenar até
mesmo a Jesus. A própria Igreja, que prega esta mensagem de misericórdia e de
fraternidade, é facilmente alvo de pedradas e de condenações, às vezes vindas até
de pessoas que se dizem piedosas e defensoras da moralidade. A CNBB que o diga!
E estas pedras doem, machucam e destroem.
«Quem
estiver sem pecado, atire a primeira pedra!» Se até Jesus, que era Deus, não
condenou, quem somos nós para condenar e jogar pedra? Quem é de Jesus, não
atira pedras, mas prega a conversão. Aprendamos, pois, de Jesus o amor
verdadeiro, amor que faz novas todas as coisas e restitui vida e alegria onde
antes havia trevas e dor.
Autor: Pe. Roni O. Fengler