A
salvação é para todos. Só não é para os que se fecham na sua autossuficiência e
rejeitam a prática do Evangelho. Eles baterão, mas a porta estará fechada.
A 1ª leitura (Is 66,18-21) lembra
que Deus não apenas quis salvar o povo de Israel do exílio babilônico, como
também lhe deu uma vocação universal: o encarregou de abrir o Templo e a
aliança a todas as nações. Quando Deus concede um privilégio, este se torna
responsabilidade. Deus envia mensageiros a todos os povos.
Evangelho
(Lc 13,22-30): Diante da pergunta se são poucos os que se salvam, Jesus responde
evocando três imagens:
- 1ª: A porta é estreita: o chamado é para todos, mas é preciso fazer o máximo de esforço.
- 2ª: Em determinado momento a porta será fechada, e quem estiver fora gritará: “Nós comemos e bebemos contigo”. Mas o dono dirá: “Afastem-se, vocês que praticam a injustiça”. Não basta comungar e pregar a Bíblia; é preciso “fazer-se pão”, viver a justiça e servir o Cristo presente nos irmãos, especialmente nos sofredores.
- 3ª: O banquete dos povos: pessoas dos quatro cantos tomarão lugar na mesa do Reino, e os “primeiros”, os que recusaram o convite, estarão fora. Apesar dos que se excluíram, Deus realizará o banquete escatológico para todos os povos, incluindo os “últimos” (os gentios). Deus, portanto, não é mesquinho. O convite é para todos.
Jesus
responde que o número dos eleitos não importa; o que importa mesmo é a
conversão. A festa está aberta a todos. Jesus dirige uma dura crítica àqueles
em cujas praças ele ensinou, mas que não o acolheram. Eles são os primeiros que
se tornam últimos, enquanto os últimos (os desprezados), quando se convertem,
se tornam os primeiros, e poderão se sentar à mesa com Abraão, Isaac e Jacó,
seus pais na fé.
Não existe um número determinado de
eleitos. O que existe é um chamado universal e permanente à conversão. Deus não
fechou o número; cabe a nós nos incluir nele.
Autor: Pe. Roni O. Fengler