“Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a
salvação do mundo!”
- No 2º domingo de setembro a diocese de Santa Cruz do Sul realiza sua Romaria Diocesana. Assim, substituiremos a reflexão do 23º domingo do Tempo Comum pela Festa da Exaltação da Santa Cruz, que no calendário aparece no dia 14 de setembro.
A Festa da Exaltação da Santa Cruz é muito antiga. No dia 13 de setembro
do ano 335 foram dedicadas duas importantes basílicas em Jerusalém, uma no Gólgota
(onde Cristo foi crucificado) e outra no Santo Sepulcro (onde Cristo foi
sepultado e ressuscitou), construídas por ordem do Imperador romano Constantino,
sob influência de sua mãe Santa Helena. No dia seguinte, 14 de setembro, o
bispo de Jerusalém mostrou a cruz ao povo, erguendo-a bem alto para os quatro
pontos cardeais e expondo-a para veneração pública.
A 1ª leitura (Nm
21,4b-9) lembra a passagem em que Moisés ergue uma serpente de bronze para
salvar o povo do veneno das serpentes. No evangelho (Jo 3,13-17),
Jesus diz: “Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim
é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele
crerem tenham a vida eterna.” Clara alusão à sua crucificação e morte redentora
na cruz.
O mistério da morte
de Cristo na cruz é loucura para o mundo. Para os cristãos, todavia, é mistério
de redenção. Na Sexta-feira Santa há um rito em que uma cruz velada é
introduzida na igreja. Três vezes, enquanto o crucifixo é descoberto, se
proclama cantando: “Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo!” O
povo responde: “Vinde, adoremos!” No absurdo da cruz, na aparente derrota na
cruz, proclamamos que brotou a vida do mundo! A contemplação do mistério da
cruz renova nossa esperança e nos dá alento na dor.
O evento da cruz,
portanto, na qual o Senhor deu sua vida por nós, faz parte do centro da nossa
fé. Por ela Jesus venceu a morte e ingressou na vida da ressurreição. Por meio
de Moisés o povo foi libertado do veneno que levava à morte física. Por meio de
Jesus o povo é libertado do veneno do pecado que leva à morte eterna.
Estamos no Ano da
Eucaristia. Apesar de tantos absurdos da humanidade, de tanta rejeição ao plano
de Deus, o que crucifica tantos inocentes, Deus não se cansa do seu povo: “Amou
tanto o mundo que entregou o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele
crer, não morra, mas tenha a vida eterna”. Em toda celebração eucarística o
Senhor atualiza sua entrega redentora: é o sacrifício eucarístico, em que
buscamos alimento para a nossa vida direto na fonte salvadora.
Autor: Pe. Roni O. Fengler