Continuando a reflexão sobre a nossa relação com os bens deste mundo, os textos bíblicos deste domingo nos convidam a vê-los não como algo que nos pertence de forma exclusiva, mas como dons que Deus colocou em nossas mãos, para que os administremos e partilhemos, com gratuidade e responsabilidade. 

*Evangelho (Lc 16,19-31):  Através da parábola do rico e do pobre Lázaro, Jesus faz uma catequese sobre a posse dos bens. Na linguagem popular, “jogamos nosso destino neste mundo”. Na perspectiva do evangelho, sempre que os bens materiais são usados em benefício próprio, fazendo-nos cegos e insensíveis aos necessitados, tornam-se um grande pecado. Os bens são dom de Deus destinados a todos. Não podem se tornar uma apropriação. Por isso, o rico (que tem seu coração petrificado pelo luxo) é condenado, e Lázaro (que não recebe nem as migalhas) é recompensado. Inverte-se a lógica de nossa sociedade.

*Na 1ª leitura (Am 6,1.4-7), o profeta Amós denuncia fortemente uma classe dirigente ociosa, que vive na luxúria e opulência às custas dos empobrecidos, “e nem se compadecem com a ruína de Jacó”. O profeta anuncia que Deus não aceita esta situação, que um dia terá fim. Um sistema de egoísmo e injustiça não tem nada a ver com o mundo que Ele “sonhou” para a humanidade.

*Na 2ª leitura (1Tm 6,11-16), Timóteo aconselha aos filhos de Deus a “fugir desses vícios e procurar com todo empenho a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão”, a fim de “conquistar a vida eterna”. Todo bem que fizermos é para a honra e a glória de Deus.