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13 de outubro: 28º domingo do TC - Ano C
Créditos foto: Reprodução/Internet Full Width Post Format
Levanta-te e vai! Tua fé te salvou!”
A 1ª leitura (2Rs 5,14-17) narra a história do sírio Naamã, que ficou purificado da lepra mergulhando sete vezes no Jordão. A lepra era símbolo do pecado. Curando as pessoas da lepra, Deus também as liberta do pecado. Naamã acolhe o dom de Deus, o reconhece como o único salvador e lhe manifesta sincera gratidão.
No Evangelho (Lc 17, 11-19) dez leprosos se encontram com Jesus implorando a cura. A lepra torna a pele insensível. O pecado nos torna insensível diante da nossa própria miséria, diante da dor dos irmãos, diante da natureza e diante de Deus. Neste encontro com Jesus, os leprosos descobrem o amor compassivo de Deus. Os dez leprosos representam toda a humanidade, envolvida pela miséria e pelo sofrimento, sobre quem Deus derrama sua bondade, sua misericórdia, sua salvação. 
Todos são curados, mas somente um retorna a Jesus para manifestar sua gratidão e seu louvor a Deus. Na verdade, somente este foi totalmente curado. Jesus olha para ele com amor e diz: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”. Somente agora ele está totalmente curado e redimido. Sua fé foi plena. Ele não ficou curado apenas de uma doença desta vida, mas foi “salvo”. Salvo para sempre. Foi “curado no corpo e na alma”. 
As duas pessoas agradecidas que aparecem nas leituras (Naamã e o samaritano) eram estrangeiras. Os outros curados cumpriram apenas o que a lei mandava. Os dois estrangeiros entraram na graça e na verdade, indo além do estrito cumprimento da Lei. Estamos no Ano da Eucaristia, e eucaristia significa “ação de graças”. Jesus se admirou da falta de gratidão dos outros nove. Não celebrar a eucaristia dominical é também uma forma de ingratidão, de insensibilidade diante da misericórdia de Deus. Vamos à missa não porque é um preceito, mas porque somos pessoas de fé, de uma fé amadurecida e engajada.
“Enquanto estavam a caminho, aconteceu que ficaram curados”. Notemos que os dez leprosos não são curados imediatamente por Jesus, mas a cura se dá no caminho. Isto sugere que a ação libertadora de Jesus não é uma ação mágica, caída repentinamente do céu, mas um processo progressivo. A Iniciação à Vida Cristã é um processo, um caminho catequético no qual vamos descobrindo e acolhendo os valores cristãos até à transformação completa do coração. Assim, a nossa “cura” não é um momento mágico que acontece apenas quando somos batizados, ou recebemos a 1ª comunhão, ou somos crismados. Trata-se de um caminho durante o qual acolhemos o Evangelho e nos tornamos pessoas novas.

Autor: Pe. Roni O. Fengler