Dois homens subiram ao Templo para rezar
Hoje a Palavra de Deus nos revela qual a oração que agrada a Deus.
No Evangelho (Lc 18,9-14), Jesus narra uma parábola em que dois homens vão ao templo para orar. Um era humilde e, batendo no peito, reconhecia sua miséria e sua necessidade de misericórdia. Se mantinha discreto e não ousava olhar ao redor. Longe dele julgar alguém, pois se sentia o mais miserável do mundo. Já a outra pessoa, julgando-se melhor que as outras, se parou num lugar bem visível e passou a se elogiar e a se exaltar diante de Deus. Jesus conclui dizendo que a oração da primeira pessoa agradou a Deus, a da outra não.
Qual o sentimento das duas pessoas ao saírem do templo? O fariseu saiu exatamente como entrou: ele se achava tão correto que nada precisava mudar em sua vida. Mesmo que praticasse boas obras, olhava do alto do seu orgulho. A prática dos preceitos sagrados era motivo de vanglória e não fruto da gratuidade e da caridade sincera. Já o cobrador de impostos saiu com a ciência de que precisava mudar, mudar de direção (se con-verter).
Quem é sincero sabe que não é perfeito, que sempre possui algo em sua vida que deve ser melhorado. Na 1ª leitura (Eclo 35,15b-17.20-22ª) ouvimos que “a oração do humilde atravessa as nuvens, e não terá repouso enquanto não chegar ao Altíssimo”. A prece que atravessou as nuvens e alcançou o coração de Deus foi a do publicano. Deus está aberto a todos. Não importa se o orante é de uma classe social ou de outra. O que Deus quer é que a oração brote de um coração humilde e sincero. Deus escuta o desabafo das mágoas e de tudo o que aperta o coração. Ele abre suas portas à oração dos que se sentem pobres e pequenos, como reza o salmista: “O pobre clama a Deus e ele escuta: o Senhor liberta a vida dos seus servos” (Sl 33).
O humilde é alguém que não espera recompensa quando faz coisas boas. O presunçoso age como se Deus ficasse devendo algo. Ora, Deus já nos deu muito mais do que merecemos. Se fazemos o bem é porque somos filhos de Deus que é infinitamente bom. O orgulhoso estufa o peito. O humilde bate no peito implorando misericórdia. Misericórdia que cura, fortalece e traz a paz. Pena que muitos perderam o gesto de bater no peito durante as orações penitenciais.
Neste domingo podemos rezar com São Paulo (2ª leitura - 2Tm ,6-8.16-18): “O Senhor esteve a meu lado e me deu forças... O Senhor me libertará de todo o mal e me salvará... A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém.”