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Cristo Rei – Ano C – 24 de novembro
Créditos foto: Reprodução / Internet Full Width Post Format
“Os chefes zombavam de Jesus”
Com a solenidade de Cristo Rei e Senhor do Universo a Igreja conclui o ano litúrgico. 
Para o evangelista Lucas, a investidura real de Jesus se realiza em torno da cruz, trono improvisado do Messias prometido. A inscrição que está sobre sua cabeça, mesmo escrito por um pagão, revela o mistério escondido: “Este é o Rei dos Judeus”. No Batismo, o Pai havia “investido” o Filho solenemente em sua missão sacerdotal e real na força do Espírito. Jesus se manifesta como sacerdote e rei não fugindo da paixão e da cruz, mas na obediência total ao Pai e une fraternalmente a si todos os seguidores (“quem cumprir a vontade de meu Pai do céu, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” - Mt 12,50). Pela nova aliança em seu sangue, forma-se nele uma nova família, um povo sacerdotal, profético e régio.
Mas este rei não é reconhecido por muitos: “Os chefes zombavam de Jesus... os soldados também caçoavam dele”. 
  • Tu que nasceste numa gruta, és rei?
  • Tu que vens de Nazaré, és rei?
  • Tu que foste carpinteiro, és rei?
  • Tu que tomaste refeição com gente de má fama, és rei?
  • Tu que te deixaste tocar pela prostitua, és rei?
  • Tu que não obedeceste às nossas leis, és rei?
  • Tu que és acusado de subversivo, és rei? 
  • Tu que carregas o vexame da cruz, és rei?
  • Tu que sofres a pior condenação, és rei?
  • Tu que morres entre os malfeitores, és rei?
  • “Tu o dizes: eu sou rei. Para isso nasci e para isto vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Quem é da verdade escuta a minha voz”. (Jo 18,37)
Jesus de Nazaré é o servo sofredor presente nas profecias. O mundo continua zombando daqueles que seguem a verdade, a honestidade, a retidão. Porém, as zombarias das autoridades, os escárnios dos soldados, os insultos do povo, nada tira a honra, a serenidade e a dignidade do Filho e dos filhos de Deus. 
Jesus pregou e viveu o amor. Mesmo na maior tentação e na dor suprema, não nega o amor. Na cena do evangelho de hoje (Lc 23,35-43), somente uma pessoa o reconhece como Salvador. A morte do justo irá conquistar para a vida muitos pecadores, muito bem representados pelo ladrão arrependido, que suplica: “Lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado”. E foi atendido por aquele que jamais nega seu perdão a quem o busca na sinceridade do coração. O reinado de Jesus de Nazaré é um reinado que inclui também os últimos e esquecidos da sociedade, que por isso podem exultar de alegria.

Autor: Pe. Roni O. Fengler