“Quem beber da água que lhe darei, nunca mais terá sede”
Ex 17, 3-7 Rm 5, 1-2.5-8 Jo 4, 5-42
Na caminhada batismal, rumo à Páscoa, nos deparamos hoje com a fonte de água viva.
Fatigado da viagem, Jesus se senta junto ao poço de Jacó. Também uma samaritana chega ao poço para tirar água. Jacó era o pai dos doze filhos que formaram as doze tribos de Israel. O poço de Jacó teve grande importância na história do povo de Deus. Ali muitas gerações saciaram sua sede. Agora se encontra junto ao poço aquele que sacia, não a sede física, mas a sede espiritual, a sede de vida plena.
Uma samaritana se aproxima para buscar água. Jesus, contrariando os preceitos da época, começa um diálogo com a mulher. Aprofundando a conversa, ele se apresenta como a “fonte de água viva”. Aos poucos, a mulher deixa de lado sua busca imediata e passa a desejar a água viva.
A samaritana acredita em Jesus e suplica: “Senhor, dá-me desta água! Dá-me da tua água!” Com esta água, ela se transforma. Sua vida caótica se põe em ordem. Por fim, ela se torna missionária, atraindo a cidade inteira a Jesus. O ódio entre judeus e samaritanos desaparece. Agora reina alegria e entusiasmo pela presença de Jesus e seus discípulos.
O poço foi sempre um símbolo de vida. Agora a verdadeira fonte da vida é o próprio Jesus:
- Jacó deu um poço ao povo. Jesus é o verdadeiro poço.
- Moisés fez brotar água da rocha. Jesus é a rocha.
- Jacó e Moisés saciaram a sede física. Jesus sacia a sede espiritual.
- Moisés guiou o povo à terra prometida. Jesus guia o povo a Deus.
- O poço de Jacó e a rocha de Moisés saciaram o povo da primeira Aliança. Jesus sacia todos os povos, o povo da nova e eterna Aliança.
Embora cada encontro com o Senhor seja uma experiência individual, a samaritana pode simbolizar toda a Igreja: a salvação vem dos judeus, mas se espalha para além das fronteiras do judaísmo para atingir a todos os povos, num movimento missionário que sacia a verdadeira sede da humanidade, sempre desejosa de vida plena. Mergulhando nas águas do Batismo, mergulhamos na fonte de água viva.
Igual à samaritana, queremos suplicar:
“Senhor, dá-nos sempre desta água”!
Autor: Pe. Roni O. Fengler