“Fazei discípulos meus todos os povos”
Evangelho (Mt 28,16-20): No Credo professamos: “subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai...” Jesus veio do Pai, revelou seu rosto misericordioso, ensinou a amá-lo e a fazer em tudo a sua vontade. E prometeu que Ele e o Pai enviariam o Espírito Santo. O evangelho relata o encontro final de Jesus com os seus num monte da Galileia. A comunidade dos discípulos, reunida em torno de Jesus ressuscitado, o reconhece como o seu Senhor (“Kyrios”), o adora e recebe dele a bênção e a missão de levar o Evangelho a todos os povos (a judeus e a não judeus). A Igreja de Jesus é, essencialmente, uma comunidade missionária.
A missão é “fazer discípulos”, o que inclui o batismo (ide e batizai) e o ensino (ide e ensinai). O conteúdo central da catequese é Jesus Cristo: seu ensino e sua prática. Seguindo a Cristo, também chegaremos ao Pai: “Ninguém vai ao pai, senão por mim” (Jo 14,6). Mas o caminho à glória e ao coração do Pai passa pela cruz, pela capacidade de entrega da vida: “Quando eu for elevado na terra, atrairei todos a mim” (Jo 12,32). A elevação de Jesus na cruz significa e anuncia a sua elevação ao céu. Mas a ascensão não é “desencarnação”. A encarnação permanece: Ele eleva a nossa humanidade para a vida da Trindade. Por isso, rezamos no prefácio: “A Ascensão do Senhor já é nossa vitória”. Somos membros do mesmo corpo, cuja cabeça é Cristo (2ª leitura: Ef 1,17-23).
1ª leitura (At 1,1-11): “Porque ficais aqui, parados, olhando para o céu? Esse Jesus que vos foi levado para o céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu”. A Ascensão deve nos levar a um comprometimento. Começa o tempo da Igreja. Podemos até olhar para o céu – “somos cidadãos do céu” (Fl 3,20); “buscai as coisas do alto, onde Cristo está” (Cl 3,1) –, mas não podemos ficar parados, esperando tudo pronto de cima.
A Ascensão de Jesus é menos uma despedida e mais um novo modo de presença. Ele estará conosco para sempre, agindo através daqueles que Nele acreditam e que se dispõem a seguir seus passos.
Autor: Pe. Roni O. Fengler