“Agarraram o Filho, jogaram-no fora da vinha e o mataram”
- Os textos deste domingo utilizam a imagem da “vinha de Deus” para falar do povo amado de Deus, mas muitas vezes infiel em sua missão.
1ª leitura (Is 5,1-7): o profeta Isaías lembra do amor e da solicitude de Deus pela sua “vinha”, esperando frutos de justiça e de bondade; esta, no entanto, produziu obras de injustiça, de egoísmo e de iniquidade. Deus pergunta: “O que poderia eu ter feito a mais por minha vinha e não fiz?” A vinha, antes linda e bem cuidada, transformou-se num mato seco e abandonado, cheio de espinhos e de animais selvagens que a destroem e devastam. É tempo de conversão.
Salmo 79 (80): O salmista canta o anterior esplendor da vinha de Deus, obra do Seu amor libertador, mas agora abandonada e destruída por causa dos pecados humanos, e clama: “Voltai-vos para nós, Deus do universo, convertei-nos, e nunca mais vos deixaremos! Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome!”
2ª leitura: Fl 4,6-9): O caminho cristão não é de tristeza e de desânimo. “Enxertados” em Cristo, os cristãos, apreciam e cultivam as seis qualidades humanas: a verdade, a nobreza, a justiça, a pureza, a amabilidade e a boa reputação. São esses os frutos que Deus espera de sua “vinha”. O resultado é a alegria e a paz de uma vida em comunhão com Ele.
Evangelho (Mt 21,33-43): Retomando a imagem da vinha, Jesus conta uma parábola: a dos vinhateiros iníquos. A “vinha” é Israel, o povo de Deus. O dono da “vinha” é Deus. Os “vinhateiros” são os líderes religiosos judaicos. Os “servos” enviados são os profetas, que foram perseguidos, apedrejados e mortos. O “filho morto fora da vinha” é Jesus, assassinado fora dos muros de Jerusalém. Trata-se de uma crítica veemente aos líderes da época, que não apenas se apropriaram da “vinha de Deus” em benefício próprio, recusando-se a oferecer a Deus os frutos devidos, mas eliminaram os profetas e fazem o mesmo com o Filho de Deus. Jesus anuncia que a “vinha” lhes será tirada e será confiada a pessoas que produzam os frutos que Deus merece.
- Deus não compactua com situações dúbias, incoerentes e mentirosas, mas exige coerência, verdade e comprometimento. A parábola nos convida a não nos deixar envolver com esquemas sórdidos de comodismo, de injustiças em vista de benefícios próprios, mas a levar a sério a missão com seu povo e a dar os frutos que Deus espera e merece.