Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia voltou seu olhar mais para a segunda e definitiva vinda do Senhor, no final dos tempos. Nestas últimas semanas voltamos o olhar mais para a primeira vinda do Senhor, para o seu nascimento em Belém.

As leituras deste 3º domingo trazem a mensagem de Isaías e de João Batista. Uma mensagem que provoca alegria. São vozes de uma nova esperança para a humanidade. A mensagem de esperança é sempre apropriada e não menos agora, diante da crise, política, social e moral a nível mundial, que tanto machuca o povo, agravada com o período da pandemia que nos pegou a todos de surpresa.
João Batista dá um testemunho firme e claro sobre a verdadeira luz do mundo: o Messias prometido. Para perceber o alcance do diálogo entre João e os líderes judaicos é preciso ter em conta a realidade da Palestina na época. O povo, dominado pelos romanos, era humilhado e impossibilitado de definir o seu destino. Afogado em impostos, explorado por uma classe dirigente comodamente instalada em seus privilégios, sentia-se ainda escravizado por um sistema religioso ritual e legalista.

O Povo de Deus esperava a vinda do Messias libertador, enviado por Deus para instaurar um novo tempo. Muitos israelitas estavam dispostos a aproveitar qualquer oportunidade de libertação e eram presas fáceis dos falsos messias. As frequentes aventuras messiânicas falhadas só aumentavam a violência, a miséria e a frustração dos pobres.

A hierarquia, por sua vez, não gostava de ouvir falar na chegada do Messias. Era pouco aberta à novidade de Deus. Mas João faz ecoar de novo as palavras de Isaías: “O Senhor Deus fará germinar a justiça e a sua glória diante de todas as nações.” Confundido por muitos como o Messias, João aponta para Jesus e anuncia: Este é o Salvador, não eu! Esta é a “luz” que liberta as pessoas da escravidão e das trevas. Só ele pode oferecer a salvação que vem de Deus.

Não é, pois, de admirar que as autoridades se inquietassem diante da atividade e da pregação de João. E nós, a quem damos ouvidos? Às propostas e promessas vazias deste mundo ou às propostas de Jesus?

• Acolhendo a Luz de Deus, teremos as trevas dissipadas e a alma inundada por uma grande alegria!