Estamos próximos do Sínodo para a Amazônia, a reunião dos bispos com o Papa Francisco em Roma. Será uma ocasião de graça, de Pentecostes seja para a região da Pan-Amazônia, seja para toda a Igreja e para o Reino de Deus. Unirá as forças vivas em suas pastorais, movimentos, serviços, debatendo questões próprias da Igreja para melhor servir o povo de Deus a nós confiado. Amazônia: Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral. Este é o tema que seguiremos, de modo que desejamos nada de divisões na Igreja e em todo o mundo, mas torcermos para que tudo ocorra conforme a Vontade de Deus. Rezemos nas liturgias, missas, celebrações para esta assembleia especial para região pan-amazônica.
A realização de um Sínodo é própria ação da Igreja do Senhor. Vemos na Igreja dos primeiros séculos, que realizava muitos encontros de bispos, sínodos, a busca de um caminho em conjunto. Na Igreja antiga, o fortalecimento da Igreja dependia da unidade dos bispos que era refletida junto ao povo de Deus. Tudo era expresso na consagração de um bispo no qual participavam os bispos vizinhos. O Concílio de Nicéia, cânon 04, realizado em 325 afirmava que em uma consagração episcopal fossem presentes pelo menos três bispos, sendo um costume em vigor até hoje. O Concílio também insistia para que todos os bispos da Província estivessem presentes na consagração do eleito ou pelo menos tivesse um consenso escrito dos ausentes...
Desde o fim do II século os bispos das províncias ou dioceses começaram a encontrar-se em reuniões (synodoi, sínodos, concílios regionais) para questões que diziam respeito a toda a Igreja. Cipriano afirmava que os escritos dos mártires que circulavam entre as igrejas garantiam a paz geral na Igreja de Cristo Jesus. Outros escritos falavam da unidade da Igreja na antiguidade cristã, pois diziam respeito à disciplina e à própria vida eclesial...
Neste sentido destacava-se a Igreja de Roma na condução dos trabalhos sinodais. Ireneu de Lião afirmou que entre as Igrejas particulares, existe uma por excelência que a torna porta voz de todas as outras, sendo a Igreja de Roma, fundada pelos apóstolos Pedro e Paulo, de modo que o seu sucessor continua a obra apostólica unindo as tradições de outras igrejas. (...)
Assim como a Igreja antiga realizou muitos sínodos em vista do bem comum de toda a Igreja e do Senhor Jesus Cristo, teremos um Sínodo para a Amazônia, com a graça de Deus e a responsabilidade humana. O Sínodo dos Bispos possibilite um novo Pentecostes, um sinal dos tempos no qual o Espírito Santo abre novos caminhos para um diálogo recíproco com todo o povo de Deus, com os povos indígenas, com o povo da cidade e do campo, com os pobres e excluídos da sociedade. O Senhor Jesus Crucificado e Ressuscitado acompanhe-nos para percebermos os novos caminhos para a Amazônia e para uma ecologia integral.