Meu nome é JEAN MARA LAFORTUNE.Sou seminarista da Diocese de Santa Cruz do Sul. Eu nasci no dia 07 de setembro de 1975, na Vila Savanette, do município Lascahobas, Haiti. Sou filho de NICOLAS LAFORTUNE (falecido) e de ORIANNE PIERRE LOUIS LAFORTUNE (falecida). Tenho seis (06) irmãos, sendo quatro mulheres: Marie, Veronique, Jeannette, Kettely, Verline; e nos três (03) homens: André Paul, Jean Mara, Berthony. No Haiti pertençia à Paroquia São Gabriel e a minha comunidade era Imaculada Conceição.
Meu pai era muito religioso e era sacristão da comunidade Imaculada Conceição, assim nos levava todos nas missas de domingo; eu particularmente desde criança gostava muito das procissões de entrada dos padres e as procissões de oferendas que faziam, gostava também dos paramentos dos padres, eu achava tudo muito lindo. Também, sempre à noite, e antes de dormir, o meu pai passava de quarto em quarto para ver se nós estávamos de joelhos rezando. Tudo isso, me marcava muito e crescia muito dentro de mim o desejo de ser padre.
Assim, como criança, o chamado de Deus para ser padre crescia, mesmo não sabendo o tamanho de responsabilidade que isso implica e nunca falei para os meus pais sobre essa vocação quando eu era criança. Aos sete anos de Idade a minha família saiu da Vila Savanette para morar na capital Porto Príncipe. Este desejo foi diminuindo um pouco por falta de incentivo. Mas, ao terminar o colégio (BAC I e II) fui estudar técnica informática na escola técnica dos salesianos. Foi lá que me encontrei com o meu amigo Lionel D. Gilles que hoje é padre da Congregação dos Oblatos. Enquanto estava estudando na escola técnica o Lionel me convidou a fazer uma experiência voluntária numa obra de caridade que o padre Thomas Hagan, da Congregação dos Oblatos de São Francisco de Sales, acompanhou. Gostei da experiência feita na Obra de Caridade. Assim, em setembro de 2003 larguei o estudo e fui ajudar o padre na Obra de Caridade numa favela (Cité Soleil) dando aula de inclusão digital na área da informática, aconselhamento aos jovens da favela e trabalhei junto com as Irmãs de Calcutá, no cuidado às pessoas com necessidades especiais. Neste mesmo ano também conseguimos criar na favela um grupo de Jovens (ASFS: Amigo(a)s de São Francisco de Sales). Em 2004 saí da casa da minha família (depois de muitas lágrimas da parte da minha família) para morar com o padre, junto com mais seis colegas haitianos que iniciaram a etapa da formação chamada de Aspirantado. E em 2005 viajamos ao Brasil para fazer um ano de postulantado. Em 2006 entramos no Noviciado, em Passo Fundo.
Depois do Noviciado fizemos um ano de teologia na ESTEF (Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana) e voltamos para o Haiti em 2009 para estabelecer a casa de formação da Congregação no Haiti. Em 2010 fizemos a inscrição no instituto de teologia CIFOR para iniciar o segundo ano de teologia, mas não conseguimos por causa do Terremoto que aconteceu no dia 12 de Janeiro de 2010. Diante desta situação voltamos ao Brasil.
Na ESTEF tomei contato com a Fraternidade Apostólica da Boa Nova, que estava ligada à Diocese de Santa Cruz do Sul. Em 2011, ao terminar o quarto ano de teologia na ESTEF fui para esta Fraternidade. Fiquei cinco anos ajudando na paróquia São João Batista, ajudando o padre Edson nas comunidades.
Nos encontros da Fraternidade com Dom Canísio, Bispo na época, foram-me solicitados os estudos de filosofia. Em 2013 fui trabalhar numa empresa para pagar o meu próprio estudo de Filosofia na UNISINOS. Depois da transferência de Dom Canísio e ao chegar Dom Aloísio pedi o ingresso como seminarista da Diocese de Santa Cruz, desligando-me da Fraternidade Apostólica do Boa Nova (FABN). Dom Aloisio Dilli aceitou meu pedido e a partir de 2017 mantive maior contato com o seminário Maior de Viamão. Neste período acompanhei a comunidade Nsa. Senhora do Carmo, no Bairro Margarida, pertencente à Catedral São João Batista. Fui uma experiência muito boa conviver com as pessoas do Bairro.
Terminando os estudos iniciei o estágio pastoral na paróquia Imaculada Conceição, em Santa Cruz do Sul. Por toda esta longa caminhada, confiante na Palavra e na minha vocação eu digo “sim” a Deus.
Na sua trajetória de formação houve pessoas e fatos que lhe marcaram?
Na minha trajetória de formação, uma das pessoas que me marcaram foi o padre Tom Hagan, pela sua dedicação de cuidar das pessoas mais frágeis na favela em que ele se encontrava. Também por sua forma de viver a fé, com intensa vivência e espiritualidade.
Jean, o que lhe motiva a dizer sim a vocação presbiteral?
Na minha trajetória de formação ao diaconato, lembrei-me da etapa do Noviciado na Congregação do Oblatos de São Francisco de Sales. Lá tive uma ótima experiência espiritual, experiência muito profunda nos momentos de retiros e nos momentos de deserto na casa dos Capuchinhos em Marau. Eu senti nessa experiência que Deus me ama e me chama para servir. Nas experiências de meditações bíblicas diárias que fiz deduzi positivamente e tenho consciência plena de que a presença de Deus na minha vida em vários fatos ocorridos foi e é fundamental para continuar a minha vocação à vida presbiteral. Por isso, que quero continuar vivenciando esta experiência de Deus através da vida presbiteral. Para tanto, peço a todos que me ajudem com suas orações para esta missão que vou assumir na Diocese de Santa Cruz do Sul.
Deixe seu convite aos que quiseres participar da ordenação:
Jesus na sua Ascensão ao céu deixou uma missão importante aos discípulos e a todos nós batizados: “Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Nova para toda a humanidade” (Mc 16, 15). Não será uma missão fácil. É desafiadora, mas não é impossível de realizar. Jovens e adultos não tenham medo deste desafio. Vamos responder ao chamado de Deus na vida e vamos dizer sim a esta caminhada desafiadora.
Com muito carinho convido a todos para a minha ordenação diaconal que ocorrerá na paróquia Imaculada Conceição, em Santa Cruz do Sul, no dia 31 de maio, às 19hs. Às 18h15min inicia a Romaria Vocacional com o terço vocacional.
Autor: Jean Mara Lafortune