Palavra de Ânimo para as Catequistas - 64
JESUS CRISTO É A MISSÃO
Outubro é o mês
missionário e no quarto domingo deste mês celebra-se o Dia Mundial das Missões.
O tema proposto neste ano para vivenciarmos a campanha missionária é “Jesus
Cristo é a missão” e a inspiração bíblica “Não podemos deixar de falar sobre o
que vimos e ouvimos” (At 4,20). A nova realidade trazida pela pandemia, que se
estende de forma prolongada, evidenciou e ampliou o sofrimento, a solidão, a
pobreza e as injustiças que tantos já padeciam. Desmascarou nossas falsas
seguranças e desnudou nossa fragilidade humana.
O Papa Francisco, na sua
mensagem para o Dia Mundial das Missões, destaca o testemunho de missionários
da compaixão e da esperança. “No contexto atual, há urgente necessidade de
missionários de esperança que, ungidos pelo Senhor sejam capazes de lembrar
profeticamente que ninguém é salvo por si mesmo neste tempo de pandemia,
perante a tentação de mascarar e justificar a indiferença e a apatia em nome de
um distanciamento social saudável, a missão de compaixão é urgentemente
necessária por sua capacidade de fazer desse distanciamento recomendável uma
oportunidade de encontro, de cuidado e promoção”.
Como catequistas,
participamos de forma muito intensa da missão da Igreja. A Igreja não existe
para si mesma. Ela encontra seu sentido e sua razão de ser na missão. A Igreja
é missão. É enviada para o meio do mundo para estar presente e ao lado dos que
sofrem. A missão é o
máximo desafio da Igreja, é a primeira de todas as causas, é o paradigma para
toda a vida da Igreja.
Missão é levar a boa notícia, o Evangelho, a pessoa
de Jesus e seu projeto de vida a
todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnância,
sem medo. Consiste em ir à frente, ir ao encontro, tomar iniciativa,
ousar mais, encurtar distâncias, entrar na vida das pessoas e na noite do povo,
procurar os afastados. Ficou famosa a expressão “Igreja em saída”, em chave
missionária, Igreja do “ide”. Esta
Igreja sai da acomodação, da mesmice, caminha, visita, semeia sem parar, sempre
de novo e vai além. Afirma o Papa: “Prefiro
uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma
Igreja enferma pelo fechamento e acomodação”.
Outras imagens que o Papa Francisco destaca. A
Igreja missionária contrai o cheiro das ovelhas, está perto dos pobres, vai às
periferias geográficas e existenciais. A
Igreja missionária toca nas feridas do povo. Ela é como um hospital de
campanha, uma mãe de coração aberto e portas abertas.
Assim como Jesus Cristo é missão, cada cristão deve
dizer: “eu sou uma missão na terra”. A vida é missão. A
exemplo de Jesus, somos movidos pelo amor. E o amor sai de si, quer
comunicação, encontro, amizade, aliança, solidariedade, esperança.
Para sermos missionários,
não podemos nos abater. Não sejamos impacientes, queixosos, murmuradores.
Evangelizemos com alegria, com esperança, com audácia. A vida se fortalece na
doação e se enfraquece na acomodação e no egoísmo.
O missionário não tem medo das limitações, não
desanima diante do joio, não lamenta nem olha o lado negativo. Isso é possível
se o missionário for pessoa de oração, de vida interior, de
mística e espiritualidade. Mais ainda, a vida interior lhe confere
alegria, ousadia, consistência, generosidade. Portanto o segredo é: mística e missão.
Queridas catequistas! A
missão não é uma tarefa a ser cumprida. É um estado de espírito, em primeiro
lugar. É cada dia nos sentirmos enviados por Jesus Cristo. Enviados para o meio
do mundo encontrar crianças, adolescentes, jovens, famílias na sua realidade
bem concreta. Sejamos missionárias e missionários da esperança e da compaixão!
Pe. Alfonso Antoni
Arroio do Meio|RS