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Vinte países entram na categoria de alta perseguição religiosa

Créditos foto: Reprodução

O Papa Francisco exortou nesta segunda-feira à comunidade internacional a não permanecer "muda e inerte” perante a perseguição que sofrem os cristãos em diversas partes do mundo, como aconteceu no Quênia na semana passada e está acontecendo no Iraque, Síria e outros países.

Atualmente, três em cada quatro pessoas que sofrem por causa de sua fé no mundo são cristãos. Esta é uma das principais conclusões do Relatório sobre a Liberdade Religiosa 2014, elaborado por Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

De acordo com os cálculos desta organização internacional, 200 milhões de cristãos são perseguidos e outros 500 milhões sofrem discriminação.

Na lista de estados com as mais graves violações predominam os países muçulmanos. De fato, entre as 20 nações classificadas na categoria de "alta perseguição", 14 sofrem perseguição ligada ao islamismo extremista. Trata-se do Afeganistão, Arábia Saudita, Egito, Irã, Iraque, Líbia, Maldivas, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Somália, Síria, Sudão e Iêmen.

Nos restantes seis países, a perseguição está ligada a regimes autoritários como o Azerbaijão, China, Coréia do Norte, Eritréia, Birmânia (Myanmar) e Uzbequistão.

Apenas em seis países, dos 196 analisados, verificou-se uma melhoria na situação das minorias religiosas.

Nesta linha, destaca-se o sofrimento que está padecendo há anos Asia Bibi, a mulher cristã paquistanesa condenada à morte por suposta blasfêmia.

"Na Páscoa Jesus Cristo nos dá um exemplo de paz e de perdão. Todos devemos aprender com o ensinamento e sacrifício de Cristo, crucificado por nós e que perdoou todos aqueles que o machucaram”. Asia Bibi continua fechada no presídio feminino do distrito de Multan, localizado em Punjab a sete horas de carro do domicílio familiar.

Seu marido, Ashiq e Joseph Nadeem, responsável da Renaissance Education Foundation de Lahore – que se responsabiliza da assistência legal e da ajuda à família -, se reuniram na quinta-feira passada com ela.

Neste momento, a mulher cristã nunca deixou de pensar no Santo Padre. “Peço para o Papa que faça uma oração especial pela paz no mundo e por mim", disse comovida o seu advogado.

Asia Bibi foi denunciada por blasfêmia em 19 de Junho de 2009, pelo muçulmano Qari Muhammad Salam, à polícia da cidade de Nankana Sahib. Os fatos aconteceram quando a fiel cristã, que estava trabalhando em um campo, foi mandada para buscar água. O resto das mulheres, seguidoras do Islã, se opuseram à que ela fosse porque, ao não ser muçulmana, contaminaria o recipiente e o tornaria impuro. Portanto, lhe exigiram abandonar o cristianismo e se tornar muçulmana, ao qual ela se opôs.

Em sua justificativa, Asia Bibi disse a seus companheiros que "Jesus morreu na cruz pelos pecados da humanidade" e perguntou às mulheres muçulmanas o que Maomé havia feito por elas. Ao ouvirem estas palavras, foram ao imã local, marido de uma das camponesa, que por sua vez apresentou uma queixa à polícia pelo crime de blasfêmia.

Depois de um julgamento no Tribunal de Primeira Instância de Nankana Sahib, esta mãe de cinco filhos e humilde camponesa foi condenada à morte no dia 8 de novembro de 2010. A sua sentença foi confirmada no dia 16 de Outubro de 2014 pela Suprema Corte de Lahore.

Esta norma, teoricamente, busca proteger os costumes da sociedade muçulmana, já que o Paquistão se define em sua constituição como um país islâmico. Mas, na prática, serviu como um quadro jurídico para justificar revanches políticas e pessoais entre muçulmanos, bem como abusos contra as minorias não-muçulmanas do país, o que tem sido denunciado desde há muito pelos ativistas de direitos humanos.

Por outro lado, há também a perseguição aberta dos militantes do auto-proclamado Estado Islâmico, que na lista das suas atrocidades, assassinatos e decapitações, nesta Páscoa acrescentou o ter explodido a Igreja cristã da Virgem Maria em Tal Nasir, de quase um século de idade, na província de Hasaka, no nordeste da Síria, como noticiou segunda-feira a agência de notícias oficial SANA.

Autor: ZENIT.org
Fonte: ZENIT.org
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