Créditos foto: Valéria Fischer
Padre Zezinho tem uma bela música
que serve de inspiração para o Mês da Bíblia. O título é “Santo Livro”. E, na
poesia, Zezinho diz: “Santo Livro que me ensina a contemplar. Santo Livro que
me ensina a caminhar. Quem te lê com amor e com fé, certamente viverá melhor.
Quem te estuda querendo aprender, saberá caminhar. Louvado seja Deus por seus
autores. Louvado seja Deus por seus leitores. Santo Livro. Santo Livro”.
Setembro, para os católicos, é o
Mês da Bíblia. E em cada ano, os bispos do Brasil propõe um Livro específico a
ser lido, estudado, meditado, rezado e contemplado. Em 2018, a CNBB nos propõe
o LIVRO DA SABEDORIA “com suas máximas de vida, ensinando a viver bem e em
harmonia” (Texto Base).
A sugestão para setembro é,
portanto, ler o Livro da Sabedoria na perspectiva da vida: “Para que n’Ele
nossos povos tenham vida”. A frase de destaque usada por lema é: “A Sabedoria é
um espírito amigo do ser humano” (Sb 1,6a).
Visita ao Livro da Sabedoria
O Livro da Sabedoria é um Livro
considerado deuterocanônico - não canônico - pelas Igrejas da Reforma, para as
quais ele “pode alimentar a piedade dos cristãos, mas não fundamentar a fé”
(Bíblia TEB). Durante muito tempo ele foi atribuído ao rei Salomão,” mas, o
mais provável é que tenha sido escrito por um sábio judeu de Alexandria, pelo
ano 50 a.C”. É um dos últimos escritos no Antigo Testamento.
O tema da sabedoria está presente
em todos os livros da Bíblia, “porque a sabedoria é um modo de olhar a vida com
bom senso. É característica de quem pisa no chão da vida, respeita os processos
e o ritmo da existência em todas as suas expressões; de quem é capaz de ver
além da realidade imediata, olhá-la com um novo olhar e dar-lhe um novo
sentido, seja aos fatos, às situações e à própria história. O amor e a
sensibilidade à própria vida, à do outro, à da natureza, à de Deus tornam essas
pessoas iluminadas, sábias” (Texto Base).
O autor do Livro da Sabedoria
teve o objetivo de reforçar a fé dos judeus e habitantes de Alexandria que
aderiram à fé judaica, “orientando-os para conservarem as suas tradições e
proporcionar aos pagãos o conhecimento do Deus de Israel, a fonte inesgotável
da Sabedoria”. Dirige-se, particularmente, “aos que governam e mandam na terra,
pois estes são intimados a amarem a justiça e acolherem a Sabedoria” (Idem). Aliás,
“a justiça é o tema primordial no livro da Sabedoria, e pode servir como chave
de interpretação de toda a obra”. Assim, uma das afirmações básicas do Livro é
a de que “a vida dos justos não acaba com a morte física, mas se prolonga
eterna e gloriosamente junto de Deus” (Sb 5,15), enquanto que aos ímpios está
reservada a morte eterna.
Afirmações do Livro da Sabedoria
- “Amem a justiça, vocês que julgam a terra” (Sb 1,1).
- “A Sabedoria não entra numa alma que trama o mal, nem mora num corpo sujeito aos pecados” (Sb 1,4)
- “A sabedoria é um espírito amigo dos seres humanos e não deixa impune quem blasfema com os lábios” (Sb 1,6).
- “Deus não fez a morte, nem se alegra com a perdição dos vivos” (Sb 1,13).
- “A vida dos justos está na mão de Deus e nenhum tormento irá atingi-la” (Sb 3,1).
- “Dizem os ímpios entre si: Vamos oprimir o pobre e o justo e não poupar as viúvas ou respeitar os cabelos brancos do ancião. Nossa força seja a lei da justiça, pois o fraco é inútil, não há dúvida” (Sb 2,10-11).
- “Dizem os ímpios: Armemos ciladas ao justo, pois nos estorva ... tornou-se uma censura para os nossos pensamentos e simplesmente vê-lo já é insuportável” (Sb 2,12.14).
- “Tais são os pensamentos dos ímpios, mas eles se enganam, pois, a malícia os torna cegos: eles não conhecem os segredos de Deus, não esperam recompensa para a vida santa e não dão valor a honra das almas” (Sb 2,21-22).
- “A velhice venerável não é a de uma longa duração e nem se mede pelo número de anos” (Sb 4,8).
- “Agradando a Deus, o justo é amado por ele” (Sb 4,10)
- “Então o justo estará de pé, cheio de coragem, diante daqueles que o oprimiram e lhe desprezaram os esforços” (Sb 5,1).
- “Que proveito nos trouxe o orgulho? Que vantagem nos trouxe a riqueza unida à arrogância? Tudo isso passou como o pássaro que voa pelos ares sem deixar sinais do seu percurso” (Sb 5,8.11).
- “A esperança do ímpio é como penugem levada pelo vento, como espuma frágil que a tempestade espalha; ela se dissipa como fumaça ao vento, apaga-se como a lembrança do hóspede de um dia” (Sb 5,14) “Os justos viverão eternamente; no Senhor está sua recompensa” (Sb 5,15).
- “Ao pequeno se concede a misericórdia, mas os poderosos serão examinados poderosamente” (Sb 6,6).
- “A Sabedoria é luminosa e nunca murcha. Facilmente é contemplada por aqueles que a amam e é encontrada por aqueles que a procuram” (Sb 6,12).
- “Uma multidão de sábios é a salvação do mundo, e um rei sábio, para o povo, é garantia de segurança” (Sb 6,24).
- “Amei mais a Sabedoria que a saúde e a beleza, e quis possui-la mais do que a luz, pois seu esplendor é inextinguível” (Sb 7,10).
- “Eu amei a Sabedoria desde a juventude e pretendi fazê-la minha esposa, apaixonado pela sua beleza” (Sb 8,2).
- “Por mais que alguém entre os morais seja perfeito, se lhe faltar a tua Sabedoria, será considerado como nada” (Sb 9,6).
- “Tu amas tudo o que existe e não detestas nada do que fizeste” (Sb 11.24).
- “A todos tratas com bondade, porque tudo é teu, Senhor, tu que és amigo da vida” (Sb 11,26)
- “Conhecer-te é a justiça perfeita, e reconhecer teu poder é a raiz da imoralidade” (Sb 15,3).
- “Tua força é o princípio da tua justiça, e o teu domínio sobre todos te faz para com todos indulgente” (Sb 12,16).
- “Partindo da grandeza e beleza
das criaturas, pode-se chegar a ver, por analogia, o seu Criador” (Sb 13,5).