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No próximo dia 15 de novembro a Diocese de Santa Cruz do Sul vai completar 59 anos de existência. O começo de tudo se deu no dia 20 de junho de 1959, quando o então Papa João XXIII criou a Diocese de Santa Cruz do Sul. Quase dois meses depois, no dia 14 de agosto, o jornal L’Osservatore Romano publicou a nomeação de Monsenhor Alberto Frederico Etges para ser o 1º bispo da nova Diocese, que acabou sendo instalada no dia 15 de novembro de 1959. Durante estes anos trabalharam na Diocese quatro bispos, cuja biografia apresentamos a seguir. Destacamos que cada bispo deixou algumas marcas na Diocese, o que se dá em acordo com o carisma e os dons de cada um.
Dom Alberto Frederico Etges
Nascido na localidade de Boa Vista, Santa Cruz do Sul, no dia 11 de julho de 1910, Dom Alberto foi ordenado bispo no dia 25 de outubro de 1959, na Catedral Metropolitana de Porto Alegre. Inspirado por João Batista, Dom Alberto adotou por lema “Parare plebem perfectam” – “Preparar um povo perfeito”. Tomou posse em Santa Cruz do Sul no dia 15 de novembro de 1959, quando também publicou a Carta Pastoral onde indica as suas intenções e prioridades. Entre as marcas que ficaram dos seus 27 anos de Bispo em Santa Cruz, destacamos a criação de várias comunidades e paróquias, a construção do Seminário São João Batista, o incentivo à Pastoral Vocacional (Santa Cruz se tornou conhecida como Diocese Vocacional), o investimento na Ação Católica (JAC, JEC e JOC), a promoção da Frente Agrária Gaúcha e a adoção da Igreja Irmã de Diamantino, MT. Em 1986 tornou-se bispo emérito, assumindo, então, a função de vigário geral e, posteriormente, pároco de Amaral Ferrador. Faleceu no dia 08 de janeiro de 1996, sendo enterrado na Catedral São João Batista de Santa Cruz do Sul.
Dom Aloísio Sinésio Bohn
Filho de professor, Dom Sinésio nasceu no dia 11 de setembro de 1934. No dia 23 de dezembro de 1962 foi ordenado padre e no dia 09 de setembro de 1977 recebeu a ordenação episcopal. Seu lema está fundamentado na Oração Sacerdotal de Jesus: “Para que todos sejam um” (Jo 17,21).
Dom Sinésio trabalhou como Bispo auxiliar em Brasília até 1980, quando foi nomeado Bispo da Diocese de Novo Hamburgo. No dia 31 de agosto de 1986 assumiu como segundo bispo da Diocese de Santa Cruz do Sul, permanecendo no pastoreio da Diocese até maio de 2010, quando o Papa Bento XVI aceitou seu pedido de renúncia por motivos de idade. Ao se tornar emérito, Dom Sinésio optou em morar na Casa Amparo Fraterno de Linha Santa Cruz, onde reside junto com os padres idosos e doentes da Diocese. O idealismo de Dom Sinésio foi uma das marcas deixadas na Diocese. Criou os centros diocesanos de Vocações, da Juventude, do Mundo do Trabalho, de Formação Pastoral e Teológica e o Núcleo Diocesano de Justiça e Paz. Apostou no ecumenismo e investiu nas pastorais sociais através da ASDISC, nas comunicações sociais através da aquisição da Rádio Santa Cruz, na articulação das pastorais através do Secretariado Diocesano de Pastoral e na formação presbiteral através da aquisição do prédio do atual Seminário Dom Alberto em Viamópolis.
Dom Canísio Klaus
Sexto filho de Arthur e Hilda Klaus, Dom Canísio nasceu em Arroio do Meio no dia 09 de outubro de 1951. Estudou nos seminários de Arroio do Meio, Santa Cruz do Sul e Viamão. Diplomou-se em filosofia na Faculdade Nossa Senhora da Assunção de Viamão e em Teologia na PUCRS. Foi ordenado padre no dia 28 de dezembro de 1979 e bispo no dia 21 de junho de 1998, quando assumiu a Diocese de Diamantino, MT, em substituição a Dom Agostinho Kist. No dia 19 de maio de 2010 foi nomeado Bispo da Diocese de Santa Cruz do Sul, onde tomou posse no dia 18 de julho de 2010. Como exímio administrador, Dom Canísio se propôs colocar em dia a administração da Diocese, cercando-se, para tal, com pessoas qualificadas. Ficou conhecido como o Bispo que é “gente como a gente”. Não se constrangia em caminhar pelas ruas da cidade com calção e camiseta do Grêmio, seu time do coração. Saído do presbitério de Santa Cruz do Sul para ser bispo, Dom Canísio cultivou amizade entre os padres e se empenhou pela unidade do clero e da pastoral. No dia 20 de janeiro de 2016 foi surpreendido com a transferência para a Diocese de Sinop, MT, onde substituiu Dom Gentil Delázari.
Dom Aloísio Alberto Dilli
Nascido no dia 21 de junho de 1948 em Poço das Antas, Dom Aloísio fez sua profissão solene na Ordem dos Frades Menores (franciscanos) em 1975 e, no dia 1º de janeiro de 1977, foi ordenado padre. Em 1980 foi a Roma onde fez Mestrado em Liturgia no Pontifício Instituto Litúrgico. No dia 27 de junho de 2007 foi nomeado bispo de Uruguaiana, sendo que a ordenação episcopal se deu no dia 02 de setembro daquele ano. Com a transferência de Dom Canísio para a Diocese de Sinop e a consequente vacância da sede episcopal de Santa Cruz do Sul, o Papa Francisco o nomeou como 4º Bispo da Diocese. A posse em Santa Cruz foi no dia 28 de agosto de 2016.
Por ter formação na área da liturgia, Dom Aloísio é bispo referencial do Setor de Liturgia do Regional Sul/3 da CNBB e membro da Comissão Central dos textos litúrgicos da CNBB. Dedicado aos estudos e preocupado com a formação do povo, não faz homilia sem preparo e nem participa de reunião sem antes se inteirar do que irá acontecer. Tem consciência de ser Bispo dentro de um episcopado que tem o Papa como referência de unidade. Por isso se dedica em ser fiel aos ensinamentos da Igreja e se preocupa em tornar conhecidos os documentos da CNBB, do Vaticano II e do Papa Francisco. Ciente de que muitas pessoas não conhecem os princípios da sua fé, abraça o projeto da Iniciação à Vida Cristã como prioridade pastoral.
Autor: Pe. Roque Hammes e Márcia M. Agnes Bartz