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No dia 12 de outubro as atenções se voltam para a criançada. E elas, por sua vês, não deixam por menos. Querem os seus presentes e as suas homenagens. Os parques de diversões e as praças vão ganhar vida com os gritos, risadas e choros dos pequenos filhos de Deus. O comércio faz festa com as ofertas de brinquedos, tablets e celulares que são os produtos de consumo da meninada. Em meio a isso, vale parar e olhar para a vida da criança na família, na escola e na Igreja.
Na família a criança reclama atenção
Desde que a mãe recebe o aviso de que está grávida, a vida da família começa a girar em torno da criança. Mãe e pai se preocupam com o desenvolvimento do pequeno Ser e começam a fazer planos para que, quando nascer, possa ter o seu bercinho. Acompanham o seu desenvolvimento no ventre materno e fazem planos de cuidado: quem vai ajudar a cuidar do nenê? Vamos poder colocar na creche? Vai ser criança saudável ou doente?
Depois que nasceu a criança se torna o centro da casa. Por vezes querida e por vezes chorona, não deixa ninguém tranquilo. A programação da família passa a ser feita em acordo com as necessidades da criança. É a hora de o casal assumir o seu papel de pais. Devem dar amor à criança, mas também educá-la com limites. Desde cedo é importante que a criança aprenda que nem tudo lhe é permitido. Os pais lhe devem ensinar a conviver com as outras pessoas, sejam elas os irmãos ou outras crianças. Devem mostrar-lhes o amor que Deus tem para com elas e ensinar-lhes as primeiras orações. Mais do que em qualquer outro momento da vida, vale nesta hora a afirmação de que “quem ama, cuida”. Mesmo que os avós a mimem e a sociedade a induza ao consumismo, os pais a devem educar. E educar significa prepara-la para a vida.
Na escola para aprender
Dizem os pedagogos que “a família educa e a escola ensina”. Claro que as coisas não acontecem de forma tão distinta. Sabe-se que a família educa e ensina e a escola ensina e educa. Porém, o foco da escola é o ensino/aprendizagem.
Na escola, a criança aprende, em primeiro lugar, que ela não é o centro do mundo e que nem tudo deve girar em torno do seu umbigo. Ela é importante, sim, mas não é única. E talvez este seja um dos primeiros desafios a serem enfrentados pelas escolas, ainda mais quando grande parte dos alunos são filhos únicos. A criança precisa aprender, desde cedo, que ela faz parte de uma realidade maior e que nem todo o mundo precisa orbitar em torno dela. Precisa aprender a partilhar os brinquedos, os lanches, o saber ...
A partir daí, a criança, na escola, precisa aprender a ler, estudar, assimilar, fazer cálculos. Precisa ser confrontada com a amplidão da terra e do universo e conhecer a história da humanidade. Precisa tomar consciência da sua responsabilidade para com a preservação da vida e para a harmoniosa convivência entre os humanos. Para tal, precisa encontrar pessoas preparadas que a ajudem no caminho e um ambiente favorável. E aí entram os governos com suas obrigações de investir na educação, seja isso na qualificação dos professores ou no preparo de adequados ambientes de ensino/aprendizagem.
Acolher e integrar na Igreja
O Papa Francisco diz que as mães, desde cedo, devem consagrar seus filhos a Deus. De noite, antes de dormir, a mãe deve fazer o sinal da cruz na fronte da criança e lhe sussurrar: “Deus te ama” ou, “dorme com Deus”. Assim que a criança se torna capaz, os pais devem lhe ensinar o sinal da cruz e as primeiras orações. Devem levar a criança para a Igreja e mostrar as imagens dos santos, sugerindo: “esta é a mãezinha do céu: joga um beijo para ela”. Diante da imagem do anjo dizer: “este é o teu anjo da guarda. É ele que cuida para que não te machuques”. Levá-la diante do sacrário e dizer: “aqui mora Jesus. Ele te ama tanto quanto a mãe e o pai te amam”.
Os pais devem levar a criança nas orações da comunidade. É assim que ela vai aprendendo o caminho da comunidade e sentindo a importância destes momentos.
Para as comunidades fica o desafio de acolher as crianças e integrá-las na vida da Igreja. Para isso podem ser úteis os cultos infantis, os trabalhos dos coroinhas e da infância missionária. Antes disso, as comunidades devem se preocupar em acolher as crianças para o batizado, preparando bem os pais e padrinhos. Quando chega a idade da catequese eucarística, a comunidade deve dispor de catequistas preparadas e ambiente adequado. As celebrações dos sacramentos da Iniciação Cristã devem ser sóbrias, porém feitas de forma solene. As comunidades devem aprender a valorizar os momentos do batizado, primeira eucaristia e crisma.
Autor: Pe. Roque Hammes