No entardecer da Quinta-feira Santa do ano 33 da era cristã, uma refeição – a última Ceia de Jesus - antecipou o que veio a se passar na Sexta-feira Santa e na madrugada do Domingo da Páscoa. Várias refeições posteriores (eucaristias) fazem memória daquilo que se passou naqueles dias.

Se a Páscoa de Jesus não tivesse acontecido, não teríamos Eucaristia. E, se não tivéssemos Eucaristia, a Páscoa continuaria a ser uma festa reservada ao povo judeu que, nesta data, celebra a libertação da escravidão do Egito.

Foi por causa da fé na Páscoa de Jesus (passagem da morte para a vida) que o domingo que segue a primeira lua cheia depois da entrada do outono no hemisfério sul, passou a ser a festa máxima da cristandade – a Festa da Páscoa. Dela, a Igreja faz memória em cada celebração Eucarística. Mas faz memória, de maneira toda particular, nas celebrações da quinta-feira santa, sexta-feira santa e sábado de aleluia. No seu conjunto, estas três celebrações, associadas ao todo da vida de Jesus, deram origem ao Sacramento da Eucaristia e, por consequência, deram origem à Igreja. Um antigo axioma da teologia reza que “a Eucaristia faz a Igreja e a Igreja faz a Eucaristia”. Daí podermos dizer que Páscoa, Eucaristia e Igreja são inseparáveis. Uma não pode existir sem as outras duas e, duas não podem existir sem a terceira. Aonde se celebra a Eucaristia está presente a Igreja e se faz memória da vida, morte e ressurreição do Senhor Jesus.

Nesta Páscoa conclamamos os cristãos a viverem a Eucaristia nas 24 horas do dia, praticando o mandato de Jesus na última ceia, depois de haver lavado os pés dos discípulos: “Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que também vós façais assim como eu vos fiz” (Jo 13,14-15).

Que a celebração da Páscoa ajude a nos aproximarmos da mesa da Eucaristia, “onde o Filho se faz fraternal refeição”.