Créditos foto: Pe. Roque Hammes
Reunidos no Fórum Diocesano do Batismo, as 122 lideranças da Diocese de
Santa Cruz do Sul junto com o seu Bispo Dom Aloísio Alberto Dilli, vem
manifestar seu repúdio às razões da ADPF 442, reiterando os argumentos que
foram apresentados pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em 11 de
abril de 2017:
1. Defendemos a integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana,
desde a sua concepção até a morte natural e condenamos, assim, todas e
quaisquer iniciativas que pretendam legalizar o aborto no Brasil. O debate em
torno dessa questão deve estar primordialmente marcado por um grito amoroso em
favor da vida. No entanto, o que, infelizmente, se percebe é um grito necrófilo
de morte à vida e sua originalidade.
2. Reconhecemos a dignidade das mulheres, e apoiamos toda superação da
violência e da discriminação por elas sofridas, porém, aborto jamais pode ser
considerado um direito da mulher ou do homem, sobre a vida do nascituro. A
ninguém pode ser dado o direito de eliminar outra pessoa.
3. Repudiamos atitudes antidemocráticas que, atropelando o Congresso
Nacional, exigem do Supremo Tribunal Federal-STF uma função que não lhe cabe,
que é legislar. As instâncias de uma democracia solidamente constituída têm
como tarefa primordial a defesa e promoção dos direitos humanos, tutelando o
valor maior que é o direito à vida. Uma consolidada democracia não pode
rejeitar a dignidade de todos os seres humanos.
4. Cremos que o direito à vida é o mais fundamental dos direitos e, por
isso, mais do que qualquer outro, deve ser protegido e promovido. Ele é um direito
intrínseco à condição humana e não uma concessão do Estado. Os Poderes da
República têm obrigação de garanti-lo e defendê-lo. O Projeto de Lei 478/2007 –
“Estatuto do Nascituro”, em tramitação no Congresso Nacional, que garante o
direito à vida desde a concepção, deve ser urgentemente apreciado, aprovado e
aplicado.
5. Apoiamos um combate às causas do aborto, através da implementação e do
aprimoramento de políticas públicas que atendam eficazmente as mulheres, nos
campos da saúde, segurança, educação sexual, entre outros. Espera-se do Estado
maior investimento e atuação eficaz no cuidado das gestantes e das crianças.
6. Reafirmamos que o aborto é um drama social que corrói as raízes da
convivência humana, e “constitui sempre uma desordem moral grave, enquanto
morte deliberada de um ser humano inocente”. (Papa João Paulo II, Evangelium
Vitae 62).
Rogamos, portanto, ao Supremo Tribunal Federal, a defesa da vida desde a
concepção até o seu ocaso natural e a garantia das prerrogativas do Congresso
Nacional como a instância legitimada para regular a matéria.
Enquanto conclamamos nossas comunidades a unirem-se em oração e a se
mobilizarem, confiamos a São João Batista, padroeiro da
Diocese, e a Maria Mãe do Menino Jesus, as mães e os nascituros, invocando as
bênçãos de Deus para as nossas famílias.
Autor: Dom Aloísio Alberto Dilli e Pe. Roque Hammes