Créditos foto: PASCOM
Caros diocesanos.
Considerando a situação de pandemia, decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), reconhecida em nível nacional e estadual, e considerando a sempre maior presença do CORONAVIRUS (Covid 19), atingindo também regiões mais próximas de nós, já com número considerável de casos suspeitos e internações;
Considerando a necessidade de evitar, o mais possível, com urgência, a proliferação do vírus e suas consequências;
Considerando a preocupação das autoridades civis, sobretudo agentes da área de saúde e poderes do executivo, nos Vales do Alto Taquari e Rio Pardo e outras cidades de nossa diocese, decretando orientações de prevenção e alerta para evitar contágios, pedindo que cerimônias de aglomeração sejam o mais possível evitadas ou adiadas, como no caso de formaturas, festas, cultos e casamentos; velórios sejam restritos mais para familiares (Cf. Portal Gaz, 14/03/20);
Considerando que Jesus mesmo coloca a caridade fraterna (saúde, neste caso) como condição para a celebração de sacrifícios (Mt 5, 23-24); e Santo Irineu (séc. II) afirma que é glória de Deus a vida da pessoa humana;
Houvemos por bem emitir algumas orientações para as Paróquias da Diocese de Santa Cruz do Sul:
1°. Evitem-se concentrações maiores de fiéis nesse período de emergência, tanto para celebrações quanto para outros fins, tentando transferir eventos para datas futuras ou mesmo cancelando-os.
2°. As celebrações e os encontros de maior aglomeração em ambientes mais fechados e de acúmulo de pessoas (igrejas, salões comunitários, salas sem devida ventilação, oratórios...) sejam canceladas no período de emergência. A CNBB recomenda em Nota Oficial (14/03/20): “Sejamos disciplinados, obedeçamos às orientações e decisões para nosso bem, e não nos falte o discernimento sábio para cancelamentos e orientações que preservem a vida como compromisso com nosso dom mais precioso”.
3°. Nossos templos continuam de portas abertas para a oração, mas serão realizadas missas ou outras celebrações apenas nas igrejas espaçosas, tomando todas as precauções para evitar contágio: as celebrações sejam curtas, o mais possível, sem distribuição de folhas ou folhetos, sem ritos com contato físico (Mãos dadas, abraços, ósculo da paz, comunhão na boca, água benta em recipiente de contato comum...) e adote-se o uso de álcool-gel para quem distribui a comunhão (dada somente na mão).
4°. As visitas dos Ministros (ordenados ou não) aos hospitais, casas geriátricas ou particulares sejam realizadas em casos especiais e com todas as precauções. Aqui vale a frase do Papa Francisco (13/03/20): “O Espírito Santo dê aos pastores a capacidade e o discernimento pastoral a fim de que providenciem medidas que não deixem sozinho o santo povo fiel de Deus. Que o povo de Deus se sinta acompanhado pelos pastores e pelo conforto da Palavra de Deus, dos sacramentos e da oração”.
5°. Em tempos de emergência, recomendamos orações em casa com maior frequência e o acompanhamento de missas transmitidas pelas emissoras de rádio, pelas TVs católicas, pelas redes sociais; na quaresma, usemos os roteiros de preparação para a Páscoa e depois, os “Encontros dos Grupos de Jesus”. Igualmente, aproveitamos este momento de pandemia para estreitar nossos laços de convivência, mais pelos modernos meios de comunicação do que por encontros físicos.
6°. Os serviços rotineiros da diocese e das paróquias continuam dentro da normalidade possível, tomando os cuidados de prevenção. Neste tempo da quaresma, prosseguimos com o atendimento das confissões, lembrando as orientações dos órgãos de saúde, como a distância nos locais de convívio e uso de películas protetoras.
Estas orientações indicam o caminho a seguir em toda nossa diocese, com a devida prudência e sabedoria, podendo ser alteradas no caso de cessar a pandemia ou em situação de maior gravidade. Elas não pretendem assustar a população diante do que já acontece e das projeções futuras, mas tentamos assumir a parte de responsabilidade que nos cabe, diante da situação de emergência que vive a humanidade e consequentemente todos nós. Contamos também com a compreensão e a colaboração de todos, seja em nível de Igreja ou como sociedade civil, para que evitemos uma generalização epidêmica, de consequências imprevisíveis, sobretudo para os pobres e idosos. Façamos nossa parte e não esqueçamos de rezar pelos profissionais de saúde, pelos que sofrem e pelos que estão doentes, com ou sem Coronavírus. Nesta situação de pandemia, façamos os sacrifícios necessários, sempre por amor à vida, precioso dom e compromisso que Deus nos deu, assim como a nossos irmãos e irmãs.
Por intercessão de São João Batista, o Senhor da Vida proteja os seres humanos neste momento difícil de sua história, concedendo saúde de corpo e de espírito a todos. O Senhor vos abençoe e vos guarde.