A manhã do dia 06 de junho ficou mais fria após a comunicação da Nunciatura Apostólica do Brasil de que o Papa Francisco acolhera o pedido de renúncia ao governo pastoral da Diocese de Bagé apresentado por Dom Gílio Felício. Apesar de se ter ciência do seu pedido encaminhado ao Papa por causa das limitações provocadas por uma silenciosa doença, todos estavam na torcida de que acontecesse algum milagre e o nosso irmão negro, como carinhosamente o chamamos, pudesse permanecer à frente do pastoreio daquela Diocese. Com a sua renúncia, a Igreja no Rio Grande do Sul se empobrece culturalmente, e nós lamentamos por isso. 

Natural da Diocese de Santa Cruz do Sul, onde ainda reside a sua mãe, Dom Gílio foi nomeado bispo auxiliar da arquidiocese de Salvador (BA) em 1998, onde deixou como marca a Pastoral Afro-Brasileira. Em dezembro de 2002 foi nomeado bispo da diocese de Bagé, enquanto seguiu na coordenação da Pastoral Afro-Brasileira da CNBB até 2007. A partir de agora, Dom Gílio passa a ser Bispo Emérito da Diocese de Bagé, ficando no aguardo do seu sucessor para o governo da Diocese. 

Ao receber a notícia da renúncia de Dom Gílio, a CNBB publicou uma nota de agradecimento, da qual reproduzimos uma parte: 

 “A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por ocasião da aceitação da sua renúncia ao governo da diocese de Bagé (RS) pelo Papa Francisco, vem manifestar o seu agradecimento pelo trabalho pastoral realizado pelo senhor, na Igreja.

A biografia do senhor registra uma caminhada de grande empenho pela evangelização. O testemunho dado pelo povo a respeito de sua pessoa e do seu ministério contém elementos que nos levam a louvar e bendizer a Deus, principalmente no combate e na superação do racismo no Brasil.

Buscamos nas palavras do Papa Francisco uma inspiração para agradecer o senhor pela dedicação em seu ministério episcopal: ‘A vida se alcança e amadurece à medida que é entregue para dar vida aos outros’. Isto é definitivamente a missão’. Seu lema episcopal: Evangelizar a todos (1 Cor 9,16) é, na verdade, um convite que se estende a todos nós e um incentivo missionário. (...) 

Com nosso abraço fraterno, em Cristo.