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Aos Presbíteros e Diáconos em tempos de Coronavírus

Créditos foto: PASCOM

Caros presbíteros e diáconos: Sejamos profetas, sacerdotes, pastores e servidores do povo de Deus neste momento da história de nossas comunidades. 
  1. Como profetas, sacerdotes, pastores e servidores do povo que nos é confiado por Deus, estamos vivendo tempos difíceis ante a pandemia do coronavírus (Covid 19) que está chegando, exigindo de nós, por vezes, respostas e atitudes rápidas em meio a situações sem plena clareza de todas as consequências; em outros momentos, pedindo paciência, serenidade e espírito de entrega que exige doação de si para o cuidado de outros, a fim de que tenham vida e vida em abundância (cf. Jo 10,10). 
  2. Vivemos um período que exige muita prudência, sabedoria e paz interior, o que é preciso implorar do Alto, pela oração. É hora de profunda comunhão com Deus e solidariedade com os irmãos para que nossas atitudes sejam sábias, proféticas e permeadas pelo diálogo fraterno e pela fé. O povo de nossas comunidades precisa sentir que, no momento em que a cruz pesa mais, nós somos solidários, por motivos humanos e, sobretudo, pela fé expressada pelo amor (cf. Gl 5,6). Por isso, celebremos com frequência (Missa ou outros ritos celebrativos sem presença da comunidade), sempre unidos em espírito de comunhão com o povo de Deus, mesmo que as portas dos templos estejam fechadas.
  3. O Papa Francisco, Pastor supremo da Igreja, nos dá notável testemunho e orienta com sabedoria, dizendo: “O Espírito Santo dê aos pastores a capacidade e o discernimento pastoral a fim de que providenciem medidas que não deixem sozinho o santo povo fiel de Deus. Que o povo de Deus se sinta acompanhado pelos pastores e pelo conforto da Palavra de Deus, dos sacramentos e da oração” (13/03/20). Nesta intenção, contamos também com a oração do povo de nossas comunidades para que tomemos decisões sábias, de autênticos pastores.
  4. Além das orientações já emitidas a todos os diocesanos, em 16/03/2020, solicitamos que os Padres e Diáconos não se ausentem por longos períodos de suas paróquias e do atendimento de exceção, prestado com amor, ao povo que lhes é confiado. Precisamos ser criativos para realizarmos o que é possível para alimentar a nossa fé e a de nossos fiéis. De nenhuma forma podemos permitir que os fiéis experimentem a sensação de abandono de seus pastores, ainda mais na situação de sofrimento que pode visitar as pessoas e suas famílias, quando costumam solicitar os sacramentos da cura. Isso não significa desobedecer às orientações, sobretudo, dos profissionais da saúde, das autoridades civis e religiosas. 
  5. Evitemos atitudes extremas, como minimizar ingenuamente a situação, como se nada estivesse acontecendo; ou então, ao contrário, sermos anunciadores do caos total, podendo levar a nós e aos outros para o stress e à depressão. Somos desafiados a sermos pessoas que vivem e pregam a esperança. Como escreveu um confrade: “A questão é enfrentar a crise com equilíbrio mesmo que seja com um novo estilo de vida”.
  6. Recomendamos novamente o incentivo a orações em casa, com maior frequência, sobretudo ao redor da Palavra de Deus, tão ricamente distribuída neste tempo da quaresma e que nos prepara para a Páscoa, tempo de passagem da morte para a vida. Incentivamos também os fiéis para o acompanhamento de missas, transmitidas pelas emissoras de rádio ou pelas TVs católicas e outros programas de cunho religioso, através das redes sociais; na quaresma, valorizemos a Campanha da Fraternidade, com o oportuno tema: “Vida, dom e compromisso”; usemos também os roteiros de preparação para a Páscoa e, em seguida, os “Encontros dos Grupos de Jesus” da diocese, que valorizam especialmente a Bíblia e a Leitura Orante da mesma. Igualmente, aproveitemos este momento de pandemia para estreitar nossos laços de convivência, de reflexão e oração, mais pelo uso sadio dos modernos meios de comunicação do que por encontros físicos.
  7. E finalmente, não esqueçamos de rezar pelos que mais se expõem, como os profissionais de saúde e dos que cuidam de nossas necessidades básicas da vida diária; pelos que sofrem e pelos que estão doentes, ou mesmo pelos que partem para a vida eterna. Nesta situação de pandemia, façamos os sacrifícios necessários, sempre por amor à vida, precioso dom e compromisso que Deus nos deu.
Por intercessão de São João Batista e São João Maria Vianey, o Senhor da Vida nos proteja, concedendo saúde de corpo e de espírito a todos. 
O Senhor vos abençoe e vos guarde!

Autor: Dom Aloísio Alberto Dilli
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