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Paulo VI será canonizado neste domingo

Créditos foto: Internet

No dia 14 de outubro, como parte integrante da programação do Sínodo dos Bispos sobre a juventude, o Papa Francisco vai promover a canonização simultânea de Dom Oscar Romero (arcebispo de San Salvador) e Paulo VI (papa no período de 1963 a 1978). Dom Oscar Romero foi morto em 1980 por defender os direitos dos perseguidos políticos e se opor às truculências do Regime Ditatorial de El Salvador.
Paulo VI: o Papa das mudanças
Nascido no dia 26 de setembro de 1897, Paulo VI recebeu o nome de Giovanni Battista Montini. Ordenado padre em 1920, desenvolveu funções de confiança dos Papas Pio XI e Pio XII. Como arcebispo de Milão participou do Congresso Eucarístico do Rio de Janeiro em 1955, onde se tornou amigo e admirador de Dom Hélder Câmara. Com a morte de João XXIII durante o Concílio Vaticano II, Paulo VI foi eleito Papa no dia 21 de junho de 1963. Seu primeiro desafio foi tocar em frente o Concílio. Faleceu em 1978. Seu sucessor foi João Paulo I e, depois, João Paulo II.
Legados:
Com a morte de João XXIII, gerou-se dúvida sobre a continuidade do Concílio que havia começado em 1962. Paulo VI, deu continuidade ao Concílio e gerou a percepção de que ele não seria suficiente para refletir sobre todos os problemas e desafios da Igreja. Por isso propôs a realização dos Sínodos Episcopais, sendo que, neste momento está acontecendo o Sínodo sobre Juventude. 
“Seu maior legado foi a capacidade de entender o seu tempo, diante das transformações que estavam acontecendo. Ele assumiu uma atitude de diálogo com a sociedade, tanto do ponto de vista das diversas religiões como dos avanços da ciência moderna” (Prof. Sávio Scopinho).  
No pontificado de Paulo VI, o leigo deixou de ser visto como subordinado à hierarquia e passou a ser visto “como protagonista da ação eclesial, com atuação em todos os campos da sociedade”.  
Com ele, aconteceu a superação da mentalidade de que “fora da Igreja não há salvação”, abrindo as portas para o ecumenismo e o diálogo inter-religioso. 
Sob o seu pontificado foi aberto espaço para diversas experiências pastorais em nível mundial, como “o desenvolvimento da Teologia da Libertação e das Comunidades Eclesiais de Base”.
Paulo VI foi o primeiro Papa a viajar de avião e também o primeiro a visitar os cinco continentes. Foi o primeiro Papa a conversar com o líder da Igreja Anglicana e o primeiro, depois de muitos séculos, a conversar com dirigentes das diversas Igrejas Ortodoxas do Oriente. Em 1970, sofreu um atentado nas Filipinas. 
Entre seus escritos destacam-se a Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi sobre a evangelização dos povos e a carta encíclica Humanae Vitae sobre o controle da natalidade. 
Um dos seus gestos marcantes foi “tirar a tiara papal”. Com isso mostrou ao mundo que a autoridade do Papa não está vinculada a um poder temporal e humano. (A tiara foi vendida e o valor arrecadado foi doado à Madre Tereza de Calcutá durante uma viagem à Índia). 
Devoto de Maria, destacou que: “Sem contemplação, o Rosário é um corpo sem alma e sua oração corre o perigo de converter-se em mecânica repetição de fórmulas e de contradizer a advertência de Jesus”.

Autor: Pe. Roque Hammes
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