Créditos foto: Pe. Roque Hammes
No dia 20 de junho de 1959, o saudoso João XXIII, conhecido como o "Papa Bom", criou a Diocese de Santa Cruz do Sul. Na Bula de criação, João XXIII diz que deseja "propiciar ao povo cristão condições para que todos possam alimentar a fé e conservar íntegra a sua religião na árdua luta pela causa do Reino".
O Livro do Gênesis regista que, concluída a obra da criação, "Deus viu tudo quanto havia feito, e era muito bom. Houve tarde e manhã: o sexto dia" (Gn 1,31).
Dom Alberto Etges, ao se encontrar com João XXIII durante o Concílio Vaticano II, provavelmente também lhe disse que tudo quanto o Papa havia feito na Diocese, era muito bom. De lá para cá, passaram-se, não seis dias, mas sessenta anos. E hoje cabe a nós responder: continua tudo muito bom?
Muita coisa mudou de 1959 para 2019. A população das cidades aumentou e do interior diminuiu. O número de crianças caiu e de idosos cresceu. O analfabetismo decresceu e o número de pessoas com curso superior aumentou. Os casamentos diminuíram e as separações aumentaram. A comunicação social cresceu e a visita entre vizinhos desapareceu. A palavra do padre perdeu força e as fake news ganharam espaço. A frequência nas missas diminuiu e aumentou nas festas. Os religiosos diminuíram e o número de leigos e leigas nas tarefas de evangelização e educação da fé, cresceu.
Hoje, nós somos desafiados a assumir o projeto da Iniciação à Vida Cristã. Formamos catequistas do Batismo e estamos aprofundando o Sacramento da Eucaristia. Precisamos superar o dualismo entre fé e vida, abraçando as novas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, que apontam para a criação de comunidades que sejam "Casa da Palavra", "Casa do Pão", "Casa da Caridade" e "Casa da Missão". Que, depois de nós, se possa dizer: "Tudo o que foi feito, foi muito bom".
Autor: Pe. Roque Hammes