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Os bispos do Brasil continuam
reunidos em sua 58ª Assembleia Geral, que segue até a próxima sexta-feira, 16
de abril. Na manhã desta quarta-feira, 14, várias partilhas e debates foram
feitos na perspectiva da colegialidade episcopal. Como já estamos noticiando, é
a primeira vez que a Assembleia acontece de forma online. Dom Aloísio participa
desta Assembleia desde a Residência Episcopal (Bispado) em Santa Cruz do Sul. Confira
os principais destaques deste terceiro dia de Assembleia Geral.
Assembleia Eclesial: No
início da sessão, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom
Walmor Oliveira de Azevedo, motivou a participação e colaboração dos bispos na
Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe apresentada pelo Conselho
Episcopal Latino-Americano (Celam) na tarde de ontem, e que será realiza em
novembro deste ano.
Estatuto: Os
bispos também trataram do processo de construção do novo estatuto da CNBB,
ressaltando a atuação do Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto
Antoniazzi (INAPAZ). O atual Estatuto e Regimento da Conferência é do ano de
2002 e o seu processo de reforma foi iniciado no ano de 2017. Em 2019 foi
realizada uma alteração, com a inserção de mais um membro na presidência, o 2ª
vice-presidente. Em 2020, por fim, iniciou-se o processo de elaboração para o
que foi chamado de “Novo Estatuto”. Uma necessidade sentida pelo episcopado
para dar respostas novas e encontrar novos modos de exercer a missão, com mais
assertividade e eficiência. Confira mais em: https://www.cnbb.org.br/missao-e-sinodalidade-alimentam-a-mistica-da-construcao-do-novo-estatuto-da-cnbb-apresentado-a-58a-ag-cnbb/
Liturgia: Na
sequência, os bispos puderam acompanhar os comunicados da Comissão Episcopal
Pastoral para a Liturgia da CNBB. O bispo de Paranaguá (PR) e presidente da
Comissão, dom Edmar Peron, falou sobre a caminhada da Comissão para Liturgia e
da Comissão Especial para os Textos Litúrgicos (Cetel), que tem se encontrado
virtualmente para a revisão da tradução da 3ª edição do Missal Romano, material
que será colocado em votação na próxima Assembleia Geral da CNBB na forma
presencial. Lembramos que nosso bispo, dom Aloísio participa da Comissão para
Liturgia e da Comissão Especial para os Textos Litúrgicos (Cetel). Dom Edmar
falou do subsídio “Celebrar em Família”, oferecido desde o início da pandemia
para a celebração da Palavra nas casas. O bispo também partilhou sobre o texto
de estudos que será publicado sobre com orientações para adequação litúrgica e
restauração e conservação de Igrejas, preparado pelo Setor Espaço Litúrgico; as
ações do Setor Música Litúrgica, como a revisão do Hinário litúrgico para o
ciclo do Natal, a atualização do texto de Estudos 12 sobre os cantos da missa e
a publicação, em breve, das músicas da Liturgia das Horas; e a preparação de um
processe de certificação de Vinhos Canônicos. A Comissão para a Liturgia ainda
colocou em votação algumas consultas à Assembleia referentes à inclusão ou
alteração de datas de celebrações dos santos no calendário litúrgico do Brasil.
Também está em votação virtual o pedido à Santa Sé para que o Domingo da
Palavra de Deus, criado pelo Papa Francisco para ser celebrado no 3º Domingo do
Tempo Comum, seja celebrado aqui no Brasil no último domingo de setembro,
preservando a cinquentenária tradição brasileira de celebrar o Mês da Bíblia
naquele mês, também comemorando o dia da Bíblia próximo à festa de São
Jerônimo.
Carta ao prefeito da
Congregação para os Bispos: Ainda na manhã de hoje, a
comissão que prepara a carta ao prefeito da Congregação para os Bispos
apresentou o texto com a acolhida das sugestões à mensagem que seguirá para
aprovação.
Avaliação da Campanha da
Fraternidade Ecumênica 2021: O último tópico tratado pela
manhã foi a avaliação sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021. Os
bispos apontaram inconsistências no texto-base, reagiram às polêmicas e
ataques, e pontuaram suas considerações em relação ao processo de construção e
também ao conteúdo do material proposto, com forte valorização da Campanha da
Fraternidade como uma riqueza da Igreja no Brasil. Para o presidente da CNBB,
dom Walmor Oliveira de Azevedo, as contribuições e reflexões foram
transparentes e sinceras. Ele ressaltou a pertinência das partilhas,
“inaugurando um tempo muito importante em vista de um diálogo maduro e
qualificado”. Dom Walmor ressaltou a avaliação que foi feita também pela
própria presidência da CNBB em relação ao processo da Campanha da Fraternidade
Ecumênica de 2021.
Pacto pela Vida e pelo Brasil:
A
crise vivenciada pelos brasileiros e agravada pela pandemia ocasionada pelo
novo coronavírus foram as molas propulsoras para que a Igreja no Brasil desse
início ao Pacto pela Vida e pelo Brasil, no dia 7 de abril de 2020. A iniciativa,
abraçada a princípio por seis signatárias, voltou o olhar para as pessoas que
mais sofrem, com o objetivo de lutar e de proteger as mais diversas formas de
vida. De acordo com o bispo de Lages (SC) e presidente do Grupo de Trabalho
(GT) do Pacto pela Vida, dom Guilherme Werlang, a vida não pode ser
compreendida apenas como a vida humana, mas sim como um conjunto que envolve,
também, o planeta, os biomas e a natureza. “Quando o Pacto pela Vida teve
início, a pandemia estava começando, assustando a todos nós e ameaçando as
vidas brasileiras. Além disso, estávamos vivendo a calamidade de todos os
grandes incêndios no Pantanal e na Amazônia, de modo especial”, afirmou. “A
CNBB não está sozinha. Estamos trabalhando muitas questões em parceria, desde a
vacinação como direito de todos, como a exigência da volta do auxílio
emergencial e o diálogo com os três poderes – legislativo, executivo e
judiciário – para que as Políticas Públicas sejam executadas em sua plenitude”,
afirmou dom Guilherme. Leia mais em: https://www.cnbb.org.br/dom-guilherme-werlang-fala-sobre-o-primeiro-ano-do-pacto-pela-vida-e-pelo-brasil/
Criação do regional Leste 3: O
episcopado retificou, em 14 de abril, a criação do regional Leste 3, composto
pelas Igrejas Particulares do Estado do Espírito Santo: a arquidiocese de
Vitória e as dioceses de Cachoeiro do Itapemirim, Colatina e São Mateus. O
bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Joel Portella Amado, apresentou o
resultado da consulta prévia na qual 269 presentes no momento votaram e,
destes, 251 bispos aprovaram a criação do 19º Regional da CNBB, 6 foram
contrários e houve 12 abstenções. Confira mais informações em: https://www.cnbb.org.br/criacao-do-regional-leste-3-e-aprovada-pela-58a-assembleia-geral/
Aprovação do texto do tema central: Após um amplo processo de discussão prévio à 58ª Assembleia Geral Ordinária da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e de ser apresentado duas vezes na plenária virtual durante o evento on-line, o texto “Animação Bíblica da Pastoral a partir das comunidades eclesiais missionárias” foi aprovado pelo episcopado brasileiro na tarde deste terceiro dia, 14 de abril. A última versão do texto, com a incorporação das sugestões, foi apresentada aos bispos pelo arcebispo de Curitiba (PR) e presidente da Comissão da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico Catequética da CNBB, dom José Antônio Peruzzo. Ele coordenou o grupo que elaborou o texto do tema central. Como a Assembleia não pode aprovar um documento em seu formato on-line, o bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, consultou os bispos sobre a confiança na equipe para incorporar as sugestões finais e sobre a possibilidade de aprovar a sua publicação na série de “Estudos da CNBB”, pela editora da entidade. O episcopado brasileiro aprovou a publicação. Abaixo, seguem outros destaques da pauta na tarde deste terceiro dia.
Mensagem ao Povo Brasileiro: O arcebispo da arquidiocese de Salvador (BA), primaz do Brasil, cardeal Sergio da Rocha fez a leitura da primeira versão da Mensagem ao Povo Brasileiro, a ser divulgada no final da 58º AG CNBB. Os bispos enviaram suas sugestões à equipe que voltará a se reunir para incorporar os acréscimos. O cardeal Sergio afirmou que a equipe vai procurar fazer o melhor possível para que a mensagem seja fiel aos anseios e reflita a visão do episcopado brasileiro.
Testemunho dos bispos sobre a
primeira Assembleia online: Bispos relatam que Assembleia
virtual não tem o calor humano, mas não deixa de promover a comunhão e o
aprendizado avaliam os bispos.
Dom Jacinto Bergmann (Arcebispo
de Pelotas): Dom Jacinto explica que “no primeiro dia da Assembleia já foi
apresentado o Tema Central sobre a Animação Bíblica da Pastoral. Neste segundo
dia a Comissão do Tema está aperfeiçoando o texto para que amanhã seja aprovado
como documento. A preocupação da CNBB em olhar com carinho a Animação Bíblica
da Pastoral é fundamental”. Segundo ele, “Cada vez mais devemos animar toda a
nossa vida e ação de batizados com a Palavra de Deus. Ela é viva e eficaz, como
diz a própria Sagrada Escritura. Pela Palavra de Deus saberemos por onde andar,
como diz o canto das comunidades”, conclui o arcebispo.
Dom Jaime Pedro Kohl (Diocese
de Osório): Dom Jaime aponta: “A minha impressão do dia de hoje de nossa
Assembleia me pareceu estar em Aparecida, no mesmo ritmo de trabalho como se
fosse presencial, com vários temas apresentados e com seus respectivos
encaminhamentos. É um ritmo bem puxado, mas estou contente por ver que o
trabalho está rendendo e com muita serenidade. A presidência distribuiu as
funções e estão conduzindo tudo muito bem e com liberdade de manifestação”.
Dom Liro Vendelino Meurer (Santo
Ângelo): Dom Liro destaca que, apesar da modalidade virtual, a Assembleia
conclui seu segundo dia com muita serenidade. “Está muito bom pois é um
encontro de fraternidade, de amigos e de pastores. Tratamos assuntos de
conjuntura social e eclesial. Também os mais diversos assuntos em relação a
projetos de comunhão e partilha. Rezamos juntos, dialogamos e estamos em
sintonia com todos que sofrem neste momento pela Covid 19”.
Dom Aloísio Dilli (Santa Cruz do Sul): Dom Aloísio destaca que a eficácia do encontro não ficou, de nenhuma forma, prejudicada. “A experiência de comunhão na Igreja pode muito bem acontecer também numa Assembleia virtual, como estamos vivenciando, sem desmerecer com isso os encontros presenciais. Damo-nos conta que o essencial é o processo participativo com a disposição de quem caminha junto com os irmãos na vida e missão da Igreja, sob a ação do mesmo Espírito. O ideal é unir a intenção que busca unidade e o encontro presencial, sobretudo o celebrativo”, destaca ele.
Dom Carlos Romulo Gonçalves e Silva (Montenegro): Dom Carlos lembra que a Assembleia anual em Aparecida é sempre um Pentecostes, verdadeiramente singular, mas que a realização do encontro online não impede que se tenha a mesma experência: “Este ano estamos vivenciando a partir de nossas casas. Mas na medida que entramos nos assuntos, e vendo cada um dos irmãos, me sinto transportado para Aparecida. Está sendo uma experiência particular. Os temas estão sendo desenvolvidos e a comunhão reforçada. Contamos com a oração de todos e todas, pela Igreja e pela nossa missão apostólica”, afirma Dom Carlos.
Dom Aparecido Donizeti de Souza (Porto Alegre): Dom Donizete explica que é “indiscutível o fato de que a Assembleia presencial sempre foi e será momento oportuno de reencontro e convivência entre irmãos no episcopado favorecendo partilha, comunhão e fortalecimento na amizade”. Entretanto, segundo ele, é possível encontrar muitas riquezas também na realização do encontro nesta modalidade virtual. Ele destaca três, especialmente: “Os assuntos abordados são acompanhados de forma satisfatória; A coordenação por parte da Presidência está muito boa, bem precisa e objetiva; A participação dos bispos pelo chat está trazendo ótimas contribuições para a Assembleia”, analisa Dom Aparecido.
Confira mais testemunhos em: https://www.cnbb.org.br/bispos-avaliam-a-participacao-58a-ag-cnbb-no-formato-on-line/
Autor: Imprensa CNBB - Adaptação: Diácono Giovane Gonçalves
Fonte: https://www.cnbb.org.br/