Créditos foto: Márcia Agnes Bartz
No dia 25 de abril, Dom Aloísio Dilli escreveu uma carta ao povo diocesano, fazendo alguns esclarecimentos sobre a Liturgia e a Catequese “na realidade da pandemia que ameaça nossas vidas”. Já no dia 26, ele escreveu outra carta sobre “Caridade em tempos de pandemia”.
Em relação à Liturgia, Dom Aloísio escreveu: “Diante do fenômeno do coronavírus, fomos desafiados a dar respostas celebrativas, mesmo que o distanciamento físico afetasse aspectos essenciais de nossa Liturgia, sobretudo a participação comunitária. A experiência atual nos coloca uma importante pergunta: Uma celebração assistida na TV ou pelas Redes Sociais tem o mesmo valor que a participação presencial num ato litúrgico na comunidade ou mesmo celebrações em nossas casas?”. Destacando que todas as formas têm seu valor, há graus de participação que são diferentes. Assim:
1º) Assistir uma missa na TV ou nas Redes Sociais pode trazer frutos espirituais, mas o assistente não tem participação ativa.
2º) Celebrar com a família, na casa, em torno da Palavra de Deus vale mais do que simplesmente assistir celebrações.
3º) Celebrar na comunidade com as pessoas ligadas pelo batismo, é o lugar da comunhão e participação mais plena. “Ali os cristãos alimentam a sua fé e sua comunhão com o projeto diocesano e a Igreja Católica Universal”.
Catequese tem tempo de Pandemia: Dom Aloísio diz que “também a catequese em nossas comunidades, seja para o Batismo, a Eucaristia ou a Crisma” deve considerar que “estamos numa época de exceção, em que precisamos adaptar-nos à realidade e devemos evitar maiores concentrações ou reuniões de grupo. Assim sendo, a catequese não tem sequência normal. A realidade não nos autoriza a fazer adaptações simplórias com o objetivo de legalizar a preparação dos sacramentos na comunidade”. A liturgia e a catequese são irmãs gêmeas. “Portanto, não basta a formação doutrinal ou individual, mesmo em tempo extraordinário de pandemia”. Manter contato com os catequizandos através das redes sociais, é salutar. “Passado o tempo da pandemia, retornemos com nova motivação ao processo catequético normal, mesmo que algumas datas tenham que ser reajustadas”.
Caridade em tempos de coronavírus: Dom Aloísio, na carta dirigida ao povo de Deus, diz que “catequese, liturgia e ação de vida andam necessariamente unidas e interdependentes”. Por isso, “diante da situação criada com a pandemia, sentimos necessidade de ações diocesanas, paroquias e comunitárias concretas frente aos irmãos e irmãs em necessidade”. Existem ações nos municípios e apelos gerais, inclusive da CNBB, para ajudas aos que mais precisam. A Diocese adquiriu material para a confecção de 10 mil máscaras que, na medida em que estão sendo costuradas por pessoas voluntárias, estão sendo repassadas aos hospitais, casas geriátricas e comunidades carentes. Em Santa Cruz do Sul, sob a coordenação dos padres da comarca, estão sendo atualizado os cadastros das pessoas que são ajudadas com cestas básicas ou refeições e os dados estão sendo cruzados com outras entidades para identificar quem ainda precisa ser ajudado. A Mitra também abriu uma conta especial para as emergências na Diocese, onde as pessoas podem fazer suas contribuições (Sicredi – agência 0156 – conta corrente 50041-0). O setor de filantropia e a Rede Jesus Mestre da Palavra organizaram um espaço para ajudar as pessoas a acessarem as ajudas do governo federal. Frente a isso, Dom Aloísio diz: “A pergunta que deve ser feita por todos os padres e lideranças pastorais é: O que é possível ser feito por nós, como Igreja que optou por ser samaritana, para atender o povo em suas necessidades, especialmente em tempos de pandemia?”
Autor: Pe. Roque Hammes