Além de marcar o início do inverno, o mês de junho pode ser definido como o MÊS DO CORAÇÃO. O coração que bate e deixa de bater, que se acelera ou retarda as batidas, que é cuidado ou maltratado, acarinhado ou trespassado, percebido ou ignorado, fechado ou aberto, doado ou transplantado, endurecido ou sensível.
Muitos são os corações que se fecham ante o sofrimento dos irmãos e a deterioração do meio ambiente. São aquilo que a Bíblia chama de “coração de pedra” (Ez 11,19). É por causa deles que acontece a poluição do meio ambiente, o criminoso desmatamento, a caça predatória, o incentivo ao uso de agrotóxicos e a proliferação dos monocultivos. E é também por causa deles que os novos migrantes, vindos do Haiti, da Venezuela, do Oriente Médio ou da África, estão encontrando dificuldades para se integrarem na sociedade (dia 05/06 é o Dia Mundial do Meio Ambiente e dia 20/06 o Dia do Migrante).
Mas há também, felizmente, muitos corações abertos e sensíveis pulsando no peito de milhões de seres humanos. Por causa deles, as pessoas se compadecem com o sofrimento dos irmãos e alimentam o pulsar de muitos corações. Se tornam doadores de sangue (14/06) e potenciais doadores de órgãos. Promovem a educação ambiental (03/06), lutam por justiça e desenvolvem ações que ajudam a integrar os migrantes e marginalizados na sociedade.
Somos apresentados, em junho, ao Sagrado Coração de Jesus (08/06), aberto pela lança assassina do soldado romano. Antes que a última gota de sangue e água escorresse deste coração, Jesus convidou: “Vinde a mim todos vós que estais cansados ... porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11,28-30). Exemplo máximo de amor e doação, o coração aberto de Jesus aponta para os outros tantos corações que, cansados ou abertos por lanças, flechas, facas ou balas disparadas por armas de fogo, deixaram de pulsar após uma vida dedicada aos irmãos. Lembramos, com carinho especial, São José de Anchieta (09), Santo Antônio de Pádua (13), São João Batista (24) e São Pedro Apóstolo (29).
No dia 12 de junho, lembramos e festejamos, carinhosamente, os muitos corações de jovens apaixonados que batem fortemente diante da pessoa que chamam de “meu amor” ou “minha namorada”. São corações alimentados por sonhos e desejos de uma vida feliz junto com a pessoa amada. Corações capazes de transpor barreiras e fazer grandes sacrifícios para se encontrar com a amada ou o amado. Com juras de eterno amor reavivam, continuamente, a certeza de que “onde existem corações batendo existe vida”. E ela deve ser cuidada.
Cuidemos do nosso coração para que se mantenha aberto e sensível.. Zelemos para que o coração da natureza siga a pulsar em acordo com o plano da criação. Velemos para que os corações das pessoas sigam a pulsar no ritmo do amor.
Autor: Pe. Roque Hammes