O que entendemos mesmo por Pastoral Social ou Pastorais Sociais?
Segundo a religiosa Irmã Delci Maria Franzen, ex-assessora da CNBB nesta área, a expressão Pastoral Social, no singular, quer significar o cuidado de toda Igreja com as questões sociais. Ela é, portanto, a solicitude da Igreja, voltada especialmente para a condição sócio-econômica da população, preocupando-se com questões relacionadas à saúde, à habitação, ao trabalho, à educação, em síntese, a tudo o que se relaciona à sua qualidade de vida. Esta ação sócio-transformadora da Igreja tem especialmente quatro alvos: os fracos e indefesos, a solidariedade diante de determinadas emergências, o profetismo no combate à injustiça e uma espiritualidade libertadora. Seu Objetivo Geral é “Contribuir, à luz da Palavra de Deus e das Diretrizes Gerais da CNBB, para a transformação dos corações e das estruturas da sociedade em que vivemos, em vista da construção de uma nova sociedade, o Reino de Deus”. Sendo assim, a Pastoral Social visa desenvolver atividades concretas que tornam possível essa transformação no mundo do trabalho, na realidade das ruas, nos presídios, nas situações de marginalização dos diversos grupos humanos, etc. Por isso, muitas vezes, usa-se também a expressão Pastorais Sociais, no plural, pela qual tenta-se expressar a diversidade das ações concretas, voltadas para os diferentes grupos humanos ou facetas da exclusão social.
Nesta missão transformadora das estruturas injustas da sociedade a Pastoral Social está, muitas vezes, em parceria com outras pastorais e dimensões da Igreja, com organismos públicos e Igrejas de outros credos. A Religiosa citada anteriormente sugere alguns passos importantes na organização da Pastoral Social:
1. Tomada de consciência da realidade local, com atenção particular para os mais atingidos pela exclusão (visitas pastorais, pesquisas, levantamentos...);
2. Criação de Equipe de base que acompanhe esta situação específica ou categoria de pessoas marginalizadas (marcar presença, visitas...);
3. Desenvolvimento de atividades de apoio e de solidariedade aos movimentos sociais e à luta por melhores condições de vida e trabalho (ação lenta e persistente de conscientização, organização e mobilização);
4. Encontros conjuntos de Pastoral Social com as diversas equipes de base das pastorais específicas, com reuniões periódicas, em diversos níveis;
5. Integração entre as pastorais: encontros de lideranças e agentes dos diversos níveis para coordenação de ações conjuntas.
Que Maria Santíssima, sempre tão solícita e serviçal às necessidades de seu povo, nos inspire em nossas ações comunitárias, paroquiais ou diocesanas, para sermos sempre mais Igreja samaritana, em nível pessoal e de organização eclesial.
Dom Aloísio A. Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul