A Igreja Católica dedica o terceiro final de semana de agosto à vida religiosa. Em sintonia com o Ano Santo do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, fica evidente que as religiosas e os religiosos são aqueles que proclamam a misericórdia, sobretudo, através do seu testemunho de vida. Isso acontece porque a essência da vida religiosa está no testemunho e não na palavra. Daí o pedido do Papa na Carta Apostólica para o Ano da Vida Consagrada (n. 01): “Sede homens e mulheres de comunhão, marcai presença com coragem onde há disparidades e tensões, e sede sinal credível da presença do Espírito que infunde nos corações a paixão para que todos sejam um”.
Ao professarem os votos de obediência, castidade e pobreza, as religiosas e os religiosos estão se apresentando como sinal de vivência dos valores do evangelho. Estão mostrando para a sociedade que é possível viver em total obediência à vontade de Deus que se expressa através da superiora ou do superior da Congregação. Estão mostrando que é possível viver na pureza de coração, renunciando a uma vida de família para, na liberdade, se colocar integralmente ao serviço de Deus e do povo. Estão mostrando que é possível viver desapegados dos bens materiais, renunciando às posses individuais e colocando tudo em comum. Testemunham, desta forma, aquilo que o Papa diz na Misericordiae Vultus: “O dinheiro não nos dá a verdadeira felicidade”. Ele não passa de uma ilusão, porque “não levamos o dinheiro conosco para o além” (MV 19).
Muitas religiosas e muitos religiosos testemunham o rosto da misericórdia do Pai em suas vidas. Sempre lembramos, com carinho, o trabalho de Madre Teresa de Calcutá com o povo pobre da Índia. Lembramos a brasileira Irmã Dulce, conhecida como o “anjo bom da Bahia”. Recentemente, em sua viagem à Polônia, o Papa homenageou o franciscano Maximiliano Kolbe, que se ofereceu para ser morto em lugar de um pai de família que havia sido condenado à morte pelas tropas de Hitler.
Também entre nós, são muitas as religiosas e os religiosos que revelam o rosto misericordioso do Pai através do alívio das dores de pessoas enfermas nos hospitais ou em suas casas. Em várias cidades conhecemos irmãs que se tornaram “anjos” para famílias carentes, pessoas famintas, crianças abandonadas, idosos desprotegidos. Muitas pessoas tiveram acesso à educação por causa do trabalho abnegado dos religiosos e das religiosas.
Ao celebrar a vocação à Vida Religiosa, recordamos, com gratidão, todas estas pessoas e nos unimos em prece para que Deus continue a mover o coração de muitas mulheres e de muitos homens para abraçarem a vida religiosa. A sua presença torna mais evidente entre nós o rosto misericordioso do Pai.
Pe. Zeno Rech
Administrador Diocesano