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31/03/2016 - Divina Misericórdia

O Papa São João Paulo II definiu que o primeiro domingo depois da Páscoa fosse dedicado à Divina Misericórdia. Isso aconteceu em maio de 2000, quando canonizou Santa Faustina Kowalska, a irmã polonesa que se notabilizou pela propagação da devoção da divina misericórdia. 
Em um dos seus escritos, Santa Faustina afirmou que Jesus lhe havia prometido que neste dia estariam abertas as entranhas da sua misericórdia. “Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das penas e culpas. Neste dia, estão abertas todas as comportas divinas pelas quais fluem as graças. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de mim”.
Como devoto de Santa Faustina, São João Paulo II decretou que o dia fosse celebrado em todas as igrejas católicas, como forma de superar a mentalidade contemporânea que “tende a tirar do coração humano a própria ideia da misericórdia”, que, conforme Santo Agostinho, “é a compaixão que o nosso coração experimenta pela miséria alheia, que nos leva a socorrê-la, se o pudermos”. Santo Tomás de Aquino diz que é próprio de Deus “ser misericordioso e é pela misericórdia que ele principalmente manifesta a sua onipotência” (ST, II-II). 
O tema da misericórdia ecoa, fortemente, no Ano Santo proclamado pelo atual Papa Francisco. Muitas são as ações que já foram desenvolvidas ao longo deste ano na Diocese de Santa Cruz do Sul. Porém, por ocasião do Domingo da Divina Misericórdia, as sete igrejas onde foi aberta a Porta Santa irão desenvolver programações especiais para destacar a obra misericordiosa de Deus. Nas outras igrejas, igualmente deverá ser destacada a misericórdia divina como forma de afastar o medo das pessoas, aumentando-lhes a confiança em Deus. Em um exemplo dado pelo Papa no dia 11 de dezembro de 2015, a misericórdia de Deus é como a carícia dos pais e das mães quando os filhos estão inquietos por causa do susto: “Não temas! Estou aqui. Fica tranquilo”. O mesmo, conforme o Papa, diz Deus ao pecador arrependido: “Não teme pelos teus pecados; eu estou aqui para te perdoar”. São “as carícias de Deus, as carícias do nosso Pai, quando se expressa com a Sua misericórdia”.
Aproveitemos, pois, o Domingo da Divina Misericórdia para aprofundarmos a nossa confiança no Deus Pai de Misericórdia, que mostrou o seu rosto através da paixão, morte e ressurreição do seu amado Filho Jesus de Nazaré. Não tenhamos medo de buscar o sacramento da confissão. Deus quer nos perdoar. Basta nós lhe darmos esta chance, buscando também nós sermos misericordiosos com nossos irmãos.

Pe. Zeno Rech
Administrador Diocesano
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