Caros diocesanos. Hoje vamos falar sobre as diversas formas de contribuição financeira e periódica que o cristão oferece livremente para a comunidade, à qual pertence e da qual participa, com o objetivo de ajudar a fim de que possa acontecer tudo o que envolve a evangelização na comunidade, razão de ser da própria Igreja (cf. EN 14). Com o dízimo ou outra forma de contribuição permite-se que a comunidade sobreviva, se mantenha, possa prestar seus serviços, consiga ajudar os necessitados, enfim, realize sua missão evangelizadora. Junto com a contribuição financeira, a comunidade precisa dos dons e talentos de cada membro, de seu envolvimento concreto e voluntário. Por isso, o dízimo é, antes de tudo, um compromisso de fé e de amor com a comunidade, em que assumimos nosso batismo como membros participantes e coerentes, onde vivemos o espírito da partilha e da doação, fundamentados no mandamento do amor, centro do evangelho. O dízimo é também um sinal concreto de amor e gratidão a Deus pelos dons que recebemos, sobretudo, pelo seu imenso amor que nos quer participantes de sua vida.
E como agir diante de tantos pedidos de contribuição pelos Meios de Comunicação católicos, através de visitas em casas ou ainda por outras formas? Os bispos do RS dão algumas orientações ao povo de Deus de nossas comunidades sobre esse tema (06/06/17): “Pelo batismo, todo fiel é acolhido numa comunidade de fé e a ela pertence. Como discípulo missionário sente-se comprometido pela vida e missão da sua comunidade e Diocese. Para que a Igreja possa exercer sua missão, conta com a partilha e solidariedade dos seus membros através do dízimo, coletas e outras formas de contribuição.
O dízimo é considerado uma contribuição do fiel para o sustento da comunidade. É uma expressão de sua gratidão a Deus, corresponsabilidade com a Igreja, atenção aos necessitados e sensibilidade missionária. A Igreja local é o lugar principal onde o fiel é chamado a contribuir, pois nela vive todo processo de iniciação à vida cristã, celebra os sacramentos e é assistido pelos padres e outros agentes de pastoral. Ela tem a responsabilidade de formar os membros da comunidade, sobretudo os ministros ordenados e leigos comprometidos com a evangelização. Também tem a obrigação com a manutenção dos bens que estão a serviço do povo de Deus: dioceses, paróquias, seminários, centros de pastoral, etc. Por isso, cada batizado é chamado a contribuir com o dízimo na sua comunidade onde vive e celebra a sua fé.
Além do dízimo, existem as coletas que são previstas anualmente, como forma de participação em sentido eclesial mais amplo: Coleta da Solidariedade - CF; Coleta para Terra Santa; Coleta de Pentecostes; Óbolo de São Pedro; Coleta Missionária e Coleta da Evangelização. Também, algumas dioceses organizam coletas próprias para necessidades específicas, como para as vocações sacerdotais.
Para os fiéis que, além disso, têm condições de contribuir para outras instituições e lugares, deixamos estas orientações: a) O sentido de pertença à comunidade pede que a prioridade seja com a Igreja local e, somente depois disto, partilhar com solicitações que vem de fora da Diocese; b) Ao receber pedidos, através de visitas domiciliares, meios de comunicação, revistas, boletos bancários, etc., é importante ter critérios sobre sua destinação. O senso de partilha do povo de Deus é louvável, desde que não se omita o compromisso com a Igreja local. Que Maria, Mãe de Deus e da Igreja, nos ensine o caminho da comunhão com seu Filho Jesus Cristo e a partilha com os irmãos e irmãs”.
Dom Aloísio Alberto Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul.