Caros diocesanos.
Aproxima-se a nossa Romaria Diocesana, com o tema: “Toma a tua cruz e segue-me” (Lc 9,23). Além das temáticas
específicas de cada ano, todas as romarias religiosas têm alguns aspectos que
são comuns: sentir-nos povo de Deus a caminho; fazer a experiência de comunhão
e de fé, com multidão de pessoas; buscar lugar sagrado para celebrar, etc. No
ano passado inauguramos o Altar-Monumento, dedicado à eucaristia, com a nova
construção que surgiu no pátio do Seminário São João Batista (hoje também
Seminário Propedêutico Interdiocesano), local de chegada e de encontro de
nossas romarias diocesanas da Santa Cruz, onde é celebrada a eucaristia, ponto
alto das romarias. Como cantamos em nosso Hino da Romaria: “Vinde todos celebrar, nesta santa romaria.
Vamos juntos ao Altar com Jesus e com Maria”. Damo-nos conta que este local
de chegada da romaria diocesana não é um santuário, no sentido oficial da
palavra, mas é considerado um digno local de celebração, pois ali se reúnem os
fiéis das comunidades da diocese, depois de ter caminhado em procissão, durante
a qual se reza e se canta; se escuta a Palavra de Deus e se motiva para a missão,
se reflete sobre a fé em nossa vida e, sobretudo, se faz a experiência de
sermos povo peregrino que busca a plena Luz de Deus, tendo diante de nós, a
conduzir-nos, a Santa Cruz, como cantamos: “Bem
à frente do caminho há um sinal que nos conduz; o seguimos com carinho, pois da
vida é nossa luz”.
Nossa romaria,
além de ser da Santa Cruz, é também mariana, dedicada à Nossa Senhora das Dores. Maria tornou-se um santuário vivo do Filho
de Deus, o Verbo, a Palavra que se fez carne e veio habitar entre nós (cf. Jo
1, 14). Ela nos trouxe o autor da vida, o Salvador da humanidade, e
acompanhou-o, de coração transpassado, ao ser ele transformado em vítima
pascal, permanecendo aos pés da Santa Cruz. Ela, primeira e mais fiel discípula
do Senhor, nos reúne como família, como Igreja e nos envia para sermos
discípulos missionários de seu Filho, como ela o foi e continua a ser, qual
modelo e intercessora. A ela nos dirigimos suplicantes, convidando-a para
caminhar conosco, para ensinar-nos a amar como Jesus nos ensinou em sua Páscoa:
“Ó Maria, Mãe das Dores, vem conosco
caminhar. Vem unir-te aos louvores e este povo ensina amar”. O convite da fé ressoa em nossos
corações e sentimo-nos convidados a celebrar, no Altar Monumento: “Vinde todos celebrar, nesta santa romaria.
Vamos juntos ao Altar com Jesus e com Maria”. O estribilho do hino aponta
para a celebração do Mistério Pascal, onde encontramos o maior sinal de amor
que a humanidade já presenciou: “Salve,
salve, ó Santa Cruz! És do amor maior sinal. Foi em ti que o bom Jesus
revelou-se dom pascal”.
Lembremo-nos que a
moldura artística do altar-monumento, com seu rico simbolismo eucarístico, só
fica completa com a presença de numeroso Povo de Deus e sua consequente
expressão de fé cristã na comunhão eucarística, ao redor do altar, onde o
mistério da Cruz e da Ressurreição se tornam presença viva. Assim fortalecidos,
poderemos sempre partir em missão, como canta nosso hino da romaria: “Quem encontra o Senhor e se une a cada irmão
partirá com novo ardor, enviado em missão”. Voltaremos fortificados para o
encontro e o seguimento de Jesus, também na romaria da vida, aprendendo que é
preciso tomar todos os dias a nossa cruz e segui-lo (cf. Mc 8, 34), sempre
iluminados pelo mandamento máximo do amor, que nos conduz à verdadeira Páscoa. Convide
seus irmãos e irmãs de comunidade e venham participar da 22ª romaria diocesana
da Santa Cruz!
Dom Aloísio
Alberto Dilli – Bispo de Santa Cruz do Sul