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05/11/2015 - Educar para a Paz

Na próxima semana vamos celebrar o primeiro mês de falecimento de Dom Irineu Rezende Guimarães, o nosso Padre Marcelo Guimarães. Entre as muitas virtudes de que era possuidor, certamente entrará para a posteridade como homem que se ocupou em promover a educação para a paz.
Dom Irineu foi ordenado padre da Diocese de Santa Cruz do Sul em 1985. Vinte anos mais tarde ingressou no Mosteiro Beneditino de Goiás e em 2009 no Mosteiro de Tornay, na França. No meio disso fez doutorado com enfoque na educação para a paz. Enquanto era padre na Diocese organizou o Movimento do “Em Busca da Paz”.
Ao longo da história, como nos testemunham vários textos bíblicos e os livros sagrados das grandes religiões da humanidade, a paz sempre foi uma das principais preocupações das pessoas de boa vontade. O profeta Isaías, no século VIII antes de Cristo, exaltava a beleza dos “passos de quem traz boas novas, daquele que traz a notícia da paz” (Is 52,7). Jesus Cristo, ao ver as multidões exploradas, proclamou “felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9). Ao enviar em missão os 72 discípulos, lhes ordenou que em qualquer casa em que entrassem dissessem primeiro “a paz esteja convosco”. E em sua primeira manifestação aos apóstolos após a ressurreição lhes desejou a paz: “a paz esteja convosco”. 
Apesar de toda esta insistência, são raros os períodos da história da humanidade onde se possa dizer que realmente tivesse reinado a paz. É o que podemos perceber através dos noticiários da televisão, do rádio, dos jornais ou então da internet. Poderíamos ir adiante e dizer que a falta de paz se percebe também nas famílias, comunidades, bairros, ruas e localidades. Manifesta-se no grande número de pessoas assassinadas em nossos municípios e nas dezenas de pessoas que morrem ou ficam mutiladas nos acidentes de trânsito. Tudo isso são situações de conflito que clamam aos céus e pedem compromisso pela paz. 
Nas últimas décadas, a Igreja insiste em afirmar que “aos amantes da paz se impõe o dever de educar as novas gerações para estes ideais, para preparar uma era melhor para a humanidade. A educação para a paz é hoje mais urgente que nunca, porque os homens, perante as tragédias que continuam atingindo a humanidade, estão tentados a ceder ao fanatismo, como se a paz fosse um ideal impossível de alcançar” (cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano).
Valorizemos os ensinamentos das pessoas que se empenharam na construção de um mundo de paz, a exemplo de Dom Irineu Guimarães. Sejamos pessoas de paz e assumamos, com determinação, o compromisso em edificar um mundo de paz, a começar pela educação.
 
Dom Canísio Klaus
Bispo Diocesano
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