Caros diocesanos. Continuamos em tempo de quaresma e de Campanha da Fraternidade que, em 2021, é ecumênica. Na mensagem anterior já apresentamos seu tema, sua inspiração bíblica, seu objetivo geral e concluímos com a Oração oficial.
Desde suas origens, a Quaresma sempre teve um caráter de preparação para celebrar a Páscoa - Mistério central da vida cristã - quando era celebrado solenemente o Batismo, sacramento em que os catecúmenos assumiam oficialmente a fé cristã. Os já batizados renovavam as promessas assumidas; assim como ainda hoje o realizamos. Portanto, a quaresma sempre teve um caráter de mudança, de conversão, de volta para o essencial, o centro da nossa vida cristã: amor a Deus e aos irmãos. A Campanha da Fraternidade é a forma da Igreja no Brasil (CNBB) dar um caráter concreto para a vivência do amor aos irmãos e irmãs mais necessitados, com gestos de conversão e de solidariedade, como Jesus Cristo nos ensinou no evangelho. Em 2021, a Campanha da Fraternidade é ecumênica, destacando a fraternidade e o diálogo como compromisso de amor, testemunhando a unidade na diversidade.
A realidade que nos rodeia, agravada pela pandemia, nos revela os sofrimentos gerados pelas desigualdades sociais, pelas injustiças, pelo ódio das polarizações, pelo racismo e tantas outras chagas do nosso convívio social. É hora de diálogo e solidariedade, de criarmos um clima de paz e de comunhão. Somos todos convidados a fazer a nossa parte, sobretudo, neste momento de ventos agitados e perigo de naufrágios, causados pela pandemia e suas consequências.
A realidade que nos rodeia, agravada pela pandemia, nos revela os sofrimentos gerados pelas desigualdades sociais, pelas injustiças, pelo ódio das polarizações, pelo racismo e tantas outras chagas do nosso convívio social. É hora de diálogo e solidariedade, de criarmos um clima de paz e de comunhão. Somos todos convidados a fazer a nossa parte, sobretudo, neste momento de ventos agitados e perigo de naufrágios, causados pela pandemia e suas consequências.
Dentro deste propósito, recorremos a um texto do poeta e teólogo português - Cardeal José Tolentino Mendonça, que nos faz rezar com estas palavras, cheias de fé e sabedoria:
“Livra-nos, Senhor, deste vírus, mas também de todos os outros que se escondem dentro dele.
Livra-nos do vírus do pânico disseminado, que em vez de construir sabedoria nos atira desamparados para o labirinto da angústia.
Livra-nos do vírus do desânimo que nos retira a fortaleza de alma com que melhor se enfrentam as horas difíceis.
Livra-nos do vírus do pessimismo, pois não nos deixa ver que, se não pudermos abrir a porta, temos ainda possibilidade de abrir janelas.
Livra-nos do vírus do isolamento interior que desagrega, pois o mundo continua a ser uma comunidade viva.
Livra-nos do vírus do individualismo que faz crescer as muralhas, mas explode em nosso redor todas as pontes.
Livra-nos do vírus da comunicação vazia em doses massivas, pois essa se sobrepõe à verdade das palavras que nos chegam do silêncio.
Livra-nos do vírus da impotência, pois uma das coisas mais urgentes a aprender é o poder da nossa vulnerabilidade.
Livra-nos, Senhor, do vírus das noites sem fim, pois não deixas de recordar que Tu mesmo nos colocaste como sentinelas da aurora” (TB 56).
“Livra-nos, Senhor, deste vírus, mas também de todos os outros que se escondem dentro dele.
Livra-nos do vírus do pânico disseminado, que em vez de construir sabedoria nos atira desamparados para o labirinto da angústia.
Livra-nos do vírus do desânimo que nos retira a fortaleza de alma com que melhor se enfrentam as horas difíceis.
Livra-nos do vírus do pessimismo, pois não nos deixa ver que, se não pudermos abrir a porta, temos ainda possibilidade de abrir janelas.
Livra-nos do vírus do isolamento interior que desagrega, pois o mundo continua a ser uma comunidade viva.
Livra-nos do vírus do individualismo que faz crescer as muralhas, mas explode em nosso redor todas as pontes.
Livra-nos do vírus da comunicação vazia em doses massivas, pois essa se sobrepõe à verdade das palavras que nos chegam do silêncio.
Livra-nos do vírus da impotência, pois uma das coisas mais urgentes a aprender é o poder da nossa vulnerabilidade.
Livra-nos, Senhor, do vírus das noites sem fim, pois não deixas de recordar que Tu mesmo nos colocaste como sentinelas da aurora” (TB 56).
Dom Aloísio A. Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul.